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Ortopedia13 junho 2024

Há benefício do uso de cimento com antibiótico em ATJ primária? 

A incidência de artroplastias têm crescido ao longo do tempo e, junto com ela, o número de infecções periprotéticas

Há uma discussão sobre se o uso de cimento com antibiótico deve ser usado de rotina em artroplastias, com a prática variando ao redor do mundo. Existem teorias até de que o uso de antibiótico no cimento pode levar à resistência bacteriana, além de levar a um maior custo cirúrgico. 

Há benefício do uso de cimento com antibiótico em ATJ primária? 

Imagem de freepik

O estudo 

Foi publicado no último mês um estudo no Journal of the American Medical Association (JAMA) com o objetivo de avaliar a associação do uso do uso de cimento com antibiótico na artroplastia total de joelho (ATJ) primária com risco de revisão em 1 ano para infecção periprotética. O objetivo secundário era avaliar o risco de revisão por infecção e todas as outras causas após ATJ primária com cimento com antibiótico em comparação com cimento ósseo puro em follow-up de 3 meses e 1, 5 e 10 anos. 

Metodologia 

Fizeram parte do estudo mais de 2,1 milhōes de ATJ de registros nacionais de diferentes países incluindo Austrália, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Itália, Nova Zelândia, Noruega, Romenia, Suécia, Suíça, Holanda, Reino Unido e EUA de 2010 a 2020. O critério de inclusão foi restrito a ATJ totalmente cimentadas ou híbridas (tíbia ou fêmur cimentados) em pacientes com osteoartose. O desfecho primário foi a taxa de revisão por infecção em 1 ano, uma vez que um estudo de 2022 dos EUA relatou que limitar a vigilância a 3 meses permite perder mais de 40% das infecções no primeiro ano após ATJ. 

Entre 2.168.924 ATJs incluídas, 93% foram realizadas com cimento com antibiótico. A maioria das ATJ foram realizadas em pacientes do sexo feminino (59,5%) e pacientes de 65 a 74 anos (39,9%) e totalmente cimentadas (92,2%). Todos os registros participantes relataram uma taxa de revisão por infecção cumulativa em 1 ano inferior a 1% após ATJ primária com cimento com antibiótico (variação de 0,21% a 0,80%) e com cimento ósseo simples (variação de 0,23% a 0,70%).  

Leia também: Qual a incidência de artroplastia total de joelho pós-artroscopia na osteoartrose?

As meta-análises baseadas em regressões de Cox ajustada para 1.917.190 ATJs não demonstraram diferença estatisticamente significativa em 1 ano no risco de revisão por infecção (taxa de risco, 1,16; IC 95%, 0,89-1,52) ou para todas as causas (taxa de risco, 1,12; IC 95%, 0,89-1,40) entre ATJ realizadas com cimento com antibiótico versus cimento ósseo simples. 

Conclusão 

No estudo, o risco de revisão para IAP foi semelhante entre cimento com ou sem antibiótico para ATJ primária. Quaisquer custos adicionais do cimento com antibiótico e seu valor relativo na redução do risco de revisão deveriam ser considerados no contexto do sistema global de prestação de cuidados de saúde.

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Referências bibliográficas

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