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Ortopedia29 agosto 2025

Ganho de arco de movimento do ombro após reparo artroscópico do manguito rotador

Recuperação do arco de movimento do ombro pós-reparo artroscópico do manguito rotador é gradual, com pico em até um ano.

As lesões do manguito rotador (MR) representam grande parte das patologias do ombro, podendo levar a redução da amplitude de movimento (ADM), diminuição da Qualidade de Vida (QV), restrições severas na realização de Atividades da Vida Diária (AVD) e no trabalho. O tratamento cirúrgico geralmente é indicado em lesões completas e é preconizada a reinserção do tendão na cabeça umeral seja por via artroscópica ou minimamente invasiva. 

Alguns estudos compararam a cinemática do ombro após cirurgia com o ombro contralateral, ou com o desempenho de indivíduos saudáveis, ou até mesmo o pré e pós cirúrgico. Entretanto, os resultados na literatura são heterogêneos.  

Diante disso, foi publicado recentemente na revista “BMC Musculoeskeletal Disorders” uma revisão sistemática com o objetivo de relatar e descrever como a cinemática do ombro muda em pacientes com ruptura do MR após reparo artroscópico. 

 Veja também: Distúrbios degenerativos do manguito rotador

reparo artroscópico do manguito rotador

Metodologia 

O estudo contemplou as bases de dados PubMed, IEEE Xplore e Web of Science até setembro de 2023 e incluíram estudos com foco em sistemas de monitoramento de movimento dos membros superiores como ferramenta para avaliar a cinemática do ombro em pacientes após reparo do MR, estudos envolvendo pacientes que necessitam de cirurgia artroscópica para tratamento de rupturas do MR e estudos que investigam parâmetros cinemáticos passivos/ativos do ombro em pacientes após reparo do MR durante a execução do movimento do membro superior. Foram excluídos artigos de revisão, estudos cadavéricos, que contemplavam pacientes com tratamento conservador ou com uso de próteses. 

Resultados 

Os resultados mostraram alta heterogeneidade entre os estudos em relação à população de pacientes, tipo de lesão do MR e protocolo experimental. Diferentes tecnologias comercialmente disponíveis foram empregadas entre os estudos para monitorar a cinemática do ombro, mas o goniômetro pareceu ser o dispositivo mais utilizado nesse cenário clínico.  

A revisão incluiu estudos que avaliaram a cinemática do ombro após o reparo artroscópico do MR durante a execução de movimentos simples (por exemplo, flexão para frente/para trás, rotação interna/externa e abdução/adução) e tarefas relacionadas às atividades da vida diária. Embora as rotações interna e externa tenham sido os movimentos mais afetados, os estudos demonstraram padrões variados de recuperação da amplitude de movimento (ADM) após a cirurgia, caracterizados por uma melhora inicial lenta nos primeiros três meses, seguida por um aumento progressivo aos seis meses após a cirurgia. 

O que podemos levar para casa? 

O estudo demonstrou que o ganho de arco de movimento pós-operatório é gradual, iniciando por volta de seis meses e com pico em um ano de pós-operatório. Tal informação na prática é importante na orientação do paciente acerca de sua melhora pós-operatória. Os resultados acontecem, porém não são imediatos e requerem um bom período de reabilitação. 

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Referências bibliográficas

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