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Ortopedia25 março 2024

Fixação precoce ou tardia das fraturas de extremidades associadas a TCE? 

Estudo avaliou os resultados funcionais de pacientes com TCE que se submeteram a fixação precoce versus fixação tardia da extremidade.
As lesões cerebrais traumáticas são uma grande causa de morte e incapacidade em todo o mundo. Geralmente causadas por traumas de alta energia, estão associadas a fraturas de extremidades. Ainda não é consenso na literatura se a fixação dessas fraturas deve ser realizada precocemente ou após 24 horas, com defensores de ambos os lados.  Foi publicado recentemente no Journal of the American Medical Association, o JAMA, um estudo com o objetivo de avaliar diferentes resultados funcionais de pacientes com TCE que se submeteram a fixação precoce (dentro de 24 horas após a lesão) versus fixação tardia da extremidade (24 horas após a lesão ou mais tarde). A hipótese era de que os resultados funcionais de pacientes submetidos à fixação precoce não seriam piores do que aqueles de pacientes submetidos à fixação tardia. 

O estudo 

O estudo de coorte foi multicêntrico abrangendo pacientes de 65 hospitais da Europa e Israel com TCE e fraturas de extremidades entre dezembro de 2014 e de 2017. Foram incluídos pacientes com 16 anos ou mais na época da lesão e que foram submetidos à fixação interna das extremidades após TCE. Pacientes que não foram submetidos à cirurgia e que receberam apenas fixação externa da extremidade foram excluídos. Os pacientes foram divididos em grupo EF, que recebeu o tratamento em até 24 horas após o TCE, e o grupo LF, que recebeu o tratamento em até 24 horas após o TCE.  O desfecho primário foi o estado funcional aos seis meses, avaliado pelo GOSE (Glasgow Outcome Scale-Extended). O GOSE é medido numa escala de 1 a 8; uma pontuação de 1 representa morte, enquanto uma pontuação de 8 indica recuperação superior-boa. Pontuação GOSE de 4 ou inferior foi classificada como tendo resultado desfavorável.  Veja também: Caso clínico: jovem com traumatismo cranioencefálico [vídeo] Um total de 253 pacientes foram incluídos nesse estudo e a idade média foi de 41 anos (IQR, 27-57) anos, e 184 pacientes (72,7%) eram do sexo masculino. A média do Injury Severity Score (ISS) foi 41 (IQR, 27-49). Aproximadamente metade dos pacientes (122 [48,2%]) teve um TCE leve, enquanto 120 (47,4%) tiveram TCE moderado a grave. Setenta e quatro pacientes (29,2%) foram submetidos à fixação interna da extremidade em 24 horas, enquanto 179 (70,8%) realizaram o procedimento em 24 horas ou mais.   Aos seis meses, 86 pacientes (34,0%) tiveram evolução funcional desfavorável. Após a correspondência do escore de propensão, não houve diferenças estatisticamente significativas nos resultados funcionais desfavoráveis aos seis meses (odds ratio [OR], 1,12 [IC 95%, 0,51-1,99]; P = 0,77) em pacientes com TCE de qualquer gravidade. Resultados semelhantes foram observados em pacientes com TCE leve (OR, 0,71 [IC 95%, 0,22-2,29]; P = 0,56) e TCE moderado a grave (OR, 1,08 [IC95%, 0,32-3,70]; P = 0,90). 

Conclusão 

Os resultados da fixação das fraturas de extremidade realizadas dentro de 24 horas após o TCE parecem não ser piores do que os procedimentos realizados 24 horas após ou mais tarde. Esse achado sugere que a fixação precoce após TCE pode ser considerada em pacientes com traumatismo cranioencefálico leve. Saiba mais: Uso de quetamina em pacientes com traumatismo craniano severo
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Referências bibliográficas

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