As fraturas do tornozelo são muito comuns podendo envolver os maléolos lateral, medial e posterior, além da sindesmose. O tratamento cirúrgico é indicado dependendo do grau de instabilidade da lesão. Falando especificamente da fíbula distal, o tratamento cirúrgico mais tradicional é com redução aberta e fixação interna utilizando um parafuso de compressão e uma placa de neutralização.
Entretanto, existem outros tratamentos sendo utilizados como a fixação intramedular do maléolo lateral com parafuso ou haste. As possíveis vantagens seriam incisões menores, menor custo-benefício geral e fixação endosteal.
Diante disso, foi publicado recentemente no “Journal of Orthopaedic Surgery” uma revisão sistemática com o objetivo de avaliar toda a literatura atual disponível sobre haste intramedular no maléolo lateral e comparar os resultados com as técnicas tradicionais de fixação com placa e parafusos.
METODOLOGIA
Foram pesquisadas as bases de dados Pubmed/Medline, Cochrane e Embase de janeiro de 2000 a junho de 2024 e incluídos estudos na língua inglesa de coorte e ensaios clínicos comparando as duas técnicas, em humanos. Revisões, comentários, cartas ao editor, artigos técnicos e pesquisas foram excluídos.
As informações demográficas do estudo foram coletadas, incluindo idade, sexo, tipo de implante, tipo de fratura e resultados do estudo. Os desfechos de interesse extraídos incluíram tempo operatório, pontuações de resultados funcionais, perda de redução, consolidação viciosa/não consolidação, reoperações e complicações relacionadas à ferida.
RESULTADOS
Dessa forma, oito estudos foram utilizados para comparação por metanálise. O uso de haste apresentou tempos operatórios equivalentes ao uso de placas fibulares e ambos apresentaram resultados equivalentes quando comparados para falha do implante/perda de redução, Escore de Olerud e Molander para Tornozelo, consolidação viciosa/não consolidação e reoperações. A fixação com haste fibular demonstrou uma redução nas complicações da ferida (OR: 0,35 [0,18, 0,66] (p = 0,001)) quando comparado ao uso de placas e parafusos.
O QUE PODEMOS LEVAR PARA CASA?
De acordo com os resultados da revisão, o uso das hastes intramedulares seria superior em relação às placas tradicionais nos casos em que há um potencial maior risco de complicações em relação à ferida operatória. Na prática, talvez possamos olhar para essa técnica mais vezes nos casos de lesões expostas ou em que há más condições de pele.
Veja também: Placas bloqueadas versus haste intramedular na fixação de fraturas da tíbia
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