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Ortopedia28 abril 2025

Dedo em Martelo: uma revisão

O dedo em martelo é definido pela perda de continuidade do tendão extensor terminal com déficit de extensão da articulação interfalangeana distal (IFD)

O dedo em martelo é definido pela perda de continuidade do tendão extensor terminal com déficit de extensão da articulação interfalangeana distal (IFD) com ou sem hiperextensão compensatória da articulação interfalangeana proximal (IFP), gerando uma deformidade em pescoço de cisne. É dividido em lesão de partes moles (ruptura do tendão) ou lesão óssea (avulsão do fragmento ósseo). 

O mecanismo de trauma pode ser por uma lesão aberta ou fechada sendo mais comum com uma flexão súbita da IFD. É menos comum, mas também possível ser causado por um trauma em hiperextensão da IFD (fratura extensa da base da falange). 

Como epidemiologia, é uma lesão mais comum em homens, ocorre principalmente nos dedos mínimo, anular e médio e na mão dominante. Pode existir uma predisposição familiar e há descrição na literatura como presente a partir dos 11 anos de idade. São consideradas lesões agudas as até 4 semanas e crônicas a partir desse tempo. 

A classificação de Doyle é importante para guiar o tratamento, sendo o tipo I a lesão mais comum. 

Leia mais: Qual é a órtese com menor taxa de falha no tratamento do dedo em martelo?

dedo em martelo

Classificação de Doyle 

Tipo I – Lesão fechada sem ou com pequena fratura por avulsão dorsal 

Tipo II – Lesão aberta (laceração) 

Tipo III – Lesão aberta (abrasão profunda de tecido mole envolvendo perda de pele e substância do tendão) 

Tipo IV – Fratura em martelo 

A = lesão fisária da falange distal (pediatria) 

B = fragmento de fratura envolvendo 20% a 50% da superfície articular (adulto) 

C = fragmento de fratura > 50% da superfície articular (adulto) 

Manejo e tratamento 

Nas lesões agudas do tipo I de Doyle, a maioria dos autores recomenda a imobilização da IFD em completa extensão por 6 a 8 semanas, seguido por desmame progressivo da imobilização. Atualmente, sabe-se que não há necessidade de imobilização em flexão da IFP para se obter a aproximação das bordas do tendão. 

As lesões abertas dos tipos II e III de Doyle são abordadas com desbridamento e sutura, sendo que as lesões tipo III podem necessitar de algum procedimento de cobertura, com ou sem enxertia de tendão 

Para o manejo das lesões do tipo IV de Doyle, as fraturas transepifisárias, também conhecidas como fraturas de Seymour são caracterizadas por se localizarem 1 a 2 mm distais à placa fisária.  

Recomenda-se a fixação da fratura com fio de kirschner longitudinal e elas têm um alto potencial de exposição (avaliar bem o leito ungueal).  

O tratamento dos grandes fragmentos ósseos ainda é controverso. Há autores que recomendam tratamento conservador até em casos de subluxação. No tratamento cirúrgico, a redução pode ser fechada ou aberta e a técnica de fixação mais conhecida é a de fios de Kirschner com bloqueio em extensão (Ishiguro), que deve ser mantido por 4 a 6 semanas. 

 

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Referências bibliográficas

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