Outro estudo muito importante foi apresentado no maior evento mundial sobre câncer de mama, o San Antônio Breast Câncer Symposium (SABCS) 2019, ocorrido este mês no Texas, nos Estados Unidos. Nele, os pesquisadores incluíram uma nova droga chamada tucatinibe, um potente inibidor de tirosino kinase HER2 específico, em associação ao trastuzumabe e capecitabina em um estudo controlado com placebo.
Uma particularidade foi que pacientes com metástases cerebrais sem tratamento local foram incluídos, o que é raro em estudos deste quilate.
Novo estudo para tratamento de câncer de mama
Houve uma redução do risco de recidiva em 46% com sobrevida livra de progressão de 7,8 meses (5,6 meses no grupo controle) e o risco de morte em 34% mesmo em pacientes politratadas com inúmeras linhas de tratamento, com falhas prévias ao trastuzumabe, pertuzumabe, T-DM1 com sobrevida global de 21,9 contra 17,4 no braço sem tucatinibe.
Mesmo nos pacientes com metástases cerebrais, os benefícios foram similares com redução de 52% do risco de progressão.
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O dobro de pacientes teve respostas objetivas no grupo que recebeu tucatinibe. O aumento de sobrevida global em quatro meses nessa população refratária é clinicamente muito relevante, ainda mais se mostrando ativa ainda em que pacientes com metástases cerebrais.
A droga se mostrou, no geral, bem tolerada, com raros casos de diarreia e transaminites.
A publicação simultânea no New England Journal of Medicine reforça a relevância desses dados, podendo se tornar o novo “standard of care” nesses casos, dependendo da “briga” com o novo anticorpo conjugado-droga trastuzumabe-deruxtecan.
Boas notícias para as pacientes com câncer de mama metastático HER2 positivo, mesmo para aquelas que já tenham falhado ou venham a falhar as já bastante ativas drogas que temos atualmente.
Autoria

Gilberto Amorim
Formado em 1992 na UFRJ • Residência Médica em Clínica Médica no HUCFF – UFRJ • Residência em Oncologia Clínica no INCA • Oncologista do INCA de 01/1998 até 04/2008 –Chefe do Serviço do HCIII de 11/1999 até 05/2001 e de 12/2003 até 12/2005 • Membro Titular da SBOC desde 1996 • Membro titular da “ASCO” desde 2001 e da “ESMO desde 2016 • Sócio Honorário da Sociedade Brasileira de Mastologia desde 2009 • Oncologista e Coordenador Nacional de Oncologia Mamária da “Oncologia D’Or”, desde 05/2011 • Membro voluntário do Comitê Científico da FEMAMA, do INSTITUTO ONCOGUIA e da Fundação Laço Rosa
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