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Oncologia23 julho 2024

Ribociclibe mais terapia endócrina no câncer de mama

Estudo avaliou o impacto do uso de ribociclibe associado a inibidor de aromatase em paciente com câncer de mama estádio II ou III
Por Lethícia Prado

Para pacientes com diagnóstico de câncer de mama avançado, RH positivo e HER-2 negativo tem sido preconizado hoje, pelos principais guidelines, o uso de terapia endócrina combinada a inibidores de ciclina, exceção feita apenas nos casos em que há crise visceral e necessidade de resposta terapêutica rápida.1,2

Tendo em vista que esse subtipo é o mais comum e, na maioria das vezes, diagnosticado em estágios iniciais,3,4 o estudo MonarchE já havia avaliado o benefício da associação de abemaciclibe à terapia endócrina adjuvante em pacientes com perfil RH positivo, HER-2 negativo, linfonodo positivo e alto risco, com aumento na sobrevida livre de doença invasiva, seu endpoint primário.5

Ribociclibe mais terapia endócrina no câncer de mama

Imagem de freepik

Estudo recente

Nesse contexto, o Natalee foi um estudo aberto, randomizado, de fase 3, que buscou avaliar o impacto do uso de ribociclibe associado a inibidor de aromatase em paciente com câncer de mama estádio II ou III. Foram incluídos 5.101 pacientes com randomização 1:1 para uso de inibidor de aromatase isolado no braço controle e associação entre esse medicamento e ribociclibe, prescrito na dose de 400 mg em duas tomadas diárias por 21 dias consecutivos seguido de 7 dias de intervalo.

O uso do ribociclibe foi feito por 36 meses, seguindo-se após com IA isolado.

Para os critérios de inclusão, foram elegíveis pacientes com estádio III ou IIIB independente do status linfonodal. Pacientes em estádio IIA deveriam apresentar pelo menos um linfonodo acometido, ou doença grau 2 e Ki67 maior do que 20%, grau 3 ou ser considerado alto risco.

O end point primário foi sobrevida livre de doença invasiva com end points secundários avaliando sobrevida livre de doença à distância, sobrevida livre de recorrência, sobrevida global, segurança, qualidade de vida e farmacocinética.

Resultados

A duração média de follow-up foi de 34 meses e, após três anos, a sobrevida livre de doença à distância foi de 90,8% no grupo tratado com ribociclibe comparado a 88,6% no braço controle (HR 0.74; 95% CI, 0.60 to 0.91). Quanto à sobrevida livre de recorrência, no grupo experimental foi de 91,7% com 88,6% no grupo de IA isolado (HR 0,72; 95% CI, 0,58 a 0,88).

Leia também: Risco de complicações após ATQ e ATJ em sobreviventes de câncer de mama 

Eventos adversos foram relatados em 97,9% dos pacientes em uso de ribociclibe e 87,1% que não utilizaram essa medicação. Uma vez que os estudos anteriores utilizando 600 mg de ribociclibe apresentaram maiores índices de efeitos adversos, principalmente com aumento de aminotransferases, o ajuste para 400 mg nesse trial possibilitou maior tolerância com manutenção do efeito terapêutico.

Esses resultados evidenciam uma redução de risco para doença invasiva, recorrência ou morte de 25,2%, com dados de sobrevida global ainda imaturos.

Embora o estudo tenha como uma das limitações o precoce período de follow-up, com necessidade de maior acompanhamento para definição de impacto a longo prazo, o benefício absoluto da associação de ribociclibe a inibidor de aromatase foi de 3,3% em 3 anos, o que dá suporte ao seu uso em pacientes nesse contexto.6

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