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Oncologia30 maio 2025

Proposta de ferramenta para triagem do risco de caquexia em pacientes com câncer 

Estudo descreveu uma ferramenta criada para detectar caquexia oncológica em paciente ambulatórias tratados no AC Camargo (em São Paulo)

Caquexia oncológica é uma síndrome caracterizada por perda de pelo menos 5% do peso corporal, perda progressiva de massa muscular com ou sem perda de tecido adiposo, associada a inflamação sistêmica crônica (através de IL-1, IL-6, TNF-∂). Sua prevalência, em cânceres avançados pode variar de 60% a 85%. As principais características são: fadiga, perda progressiva de capacidade funcional, aumento do risco de toxicidade relacionada a quimioterapia, complicações pós-operatório, hospitalização, pior qualidade de vida e menor taxa de sobrevivência. 

O manejo clínico dessa condição é complexo e a terapia nutricional tradicional não consegue reverter completamente, necessitando de uma abordagem multidisciplinar e multi- farmacológica, onde o tratamento inclui medicamentos para mitigar inflamação, desnutrição, fatiga, má qualidade de vida e desordens metabólicas e imunológicas. Por isso a importância de se ter uma ferramenta de triagem para o risco de caquexia em pacientes com câncer. 

Metodologia 

Esse estudo, publicado na revista Clinical Nutrition Open Science em Fevereiro de 2025, descreve a ferramenta criada para detectar caquexia oncológica em paciente ambulatórias tratados no AC Camargo (em São Paulo). O resultado foi considerado positivo para perda de peso superior a 5% ou se houvesse redução na ingestão alimentar ou sintomas de impacto nutricional + redução na atividade de autocuidado e/ou redução nas atividades da vida diária. Pacientes com risco de caquexia foram encaminhados a nutricionista para avaliação nutricional detalhada, aconselhamento dietético e terapia nutricional. 

Resultados encontrados e discussão 

Os dados foram coletados de 275 pacientes em atendimento ambulatorial. O diagnóstico mais prevalente foi câncer de mama (26,2%). A prevalência de câncer metastático na amostra total foi de 25,1%. O risco de caquexia foi identificado em 37,8% dos pacientes. Óbito em 30 dias ocorreu em 47,1% (41 de 87) dos pacientes atendidos no pronto-socorro e foi significativamente associada ao risco de caquexia (n = 39; 57,4%) (P < 0,001). Idade, sexo feminino e doença metastática foram associados ao risco de caquexia (P < 0,001, P = 0,014, P < 0,001, respectivamente). 

Conclusão e mensagem prática 

A caquexia oncológica é uma condição prevalente e subdiagnosticada que piora a qualidade de vida, aumenta a mortalidade e, frequentemente, exige ajuste no tratamento. O desenvolvimento de ferramentas fáceis de usar é crucial para facilitar a detecção precoce de pacientes em risco, a fim de aprimorar o planejamento terapêutico e a prestação de um atendimento multidisciplinar aprimorado durante a jornada de cuidado do paciente. 

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