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Oncologia27 março 2019

O rastreio do câncer colorretal pode salvar uma vida

Março é o mês de conscientização acerca do Câncer Colorretal (CCR), mas o tema recebe pouca atenção da mídia e dos próprios profissionais de saúde. Saiba mais sobre este tipo de neoplasia:

Por Gilberto Amorim

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Março é o mês de conscientização acerca do Câncer Colorretal (CCR) e, diferente dos badalados Outubro Rosa e Novembro Azul, o tema recebe pouca atenção da mídia e dos próprios profissionais de saúde. Você sabia, por exemplo, que 27 de Março é o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino?

O CCR tem alta prevalência, é a segunda causa de óbitos nos EUA (cerca de 51 mil/ano) e, no Brasil, o INCA estima para o biênio 2018-2019 o total de 36.360 novos casos/ano, incidência de 34,73 para 100 mil habitantes, sendo o terceiro câncer mais frequente em homens e segundo entre as mulheres (excetuando os cânceres de pele). No Brasil morreram 16.696 pessoas de CCR em 2017. No mundo, é o terceiro tipo de câncer mais comum e a quarta em mortalidade. São mais de 1400 mil casos e 700 mil óbitos todos os anos.

O CCR é uma doença multifatorial influenciada por fatores genéticos, ambientais e relacionados ao estilo de vida. Os fatores hereditários, como o histórico familiar de câncer de cólon e reto e as doenças inflamatórias do intestino, representam apenas uma pequena parte dos casos. A piora da qualidade nutricional no mundo ocidental e nos países em desenvolvimento contribui para o aumento de casos. Assim, os fatores de risco ligados ao estilo de vida são modificáveis e incluem:

  • consumo de bebidas alcoólicas,
  • baixa ingestão de frutas e vegetais,
  • alto consumo de carnes vermelhas, gorduras e de alimentos processados,
  • obesidade,
  • tabagismo
  • inatividade física.

A American Cancer Society (ACS) “baixou” a idade recomendada para iniciar o rastreio em indivíduos de risco médio para 45 anos. A detecção precoce e a remoção de pólipos adenomatosos e outras lesões pré-cancerígenas reduzem a mortalidade por meio da redução da incidência e do diagnóstico precoce. A ACS recomenda preferencialmente um exame fecal de alta sensibilidade para sangue oculto anual ou a colonoscopia de 10 em 10 anos, dependendo da disponibilidade e da preferência do paciente. Sangue oculto positivo é igual à colonoscopia em seguida.

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A pesquisa de sangue oculto nas fezes é o método ideal de rastreamento populacional, servindo como teste de triagem para a colonoscopia, exame mais invasivo, de custo mais alto e que exige um preparo intestinal mais trabalhoso.

No Brasil há grande dificuldade de acesso aos exames de rastreio e mesmo os pacientes que apresentam sangramento intestinal chegam a demorar seis meses no SUS para conseguir realizar um exame. Uma maior conscientização dos profissionais de saúde para indicar o rastreamento e o estímulo a hábitos de vida mais saudáveis podem melhorar este quadro.

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Referências:

  • Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silvj a. Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro: INCA, 2017. Disponível em www.inca.gov.br.
  • Colorectal Cancer Screening for Average-Risk Adults: 2018 Guideline Update From the American Cancer Society. Ca Cancer J Clin 2018; doi: 10.3322/caac.21457, available in www.cacancerjournal.com

Autoria

Foto de Gilberto Amorim

Gilberto Amorim

Formado em 1992 na UFRJ • Residência Médica em Clínica Médica no HUCFF – UFRJ • Residência em Oncologia Clínica no INCA • Oncologista do INCA de 01/1998 até 04/2008 –Chefe do Serviço do HCIII de 11/1999 até 05/2001 e de 12/2003 até 12/2005 • Membro Titular da SBOC desde 1996 • Membro titular da “ASCO” desde 2001 e da “ESMO desde 2016 • Sócio Honorário da Sociedade Brasileira de Mastologia desde 2009 • Oncologista e Coordenador Nacional de Oncologia Mamária da “Oncologia D’Or”, desde 05/2011 • Membro voluntário do Comitê Científico da FEMAMA, do INSTITUTO ONCOGUIA e da Fundação Laço Rosa

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