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Um estudo desenvolvido em Taiwan e publicado no último 5 de Junho na European Journal of Cancer Care sugere que sim, ouvir música em casa pode reduzir os sintomas de dor e fadiga e amenizar a perda de apetite e a diminuição do apetite.
O estudo incluiu pacientes portadoras de Câncer de Mama diagnosticadas há pouco tempo e que foram divididas em dois grupos. No total, sessenta pacientes foram randomizadas. Desses pacientes, metade ouviu por 30 minutos, 5 vezes por semana, músicas de um mp3 fornecido pelo estudo (a paciente podia escolher entre música clássica, popular, de dança de salão, religiosa e “taiwanesa”). Já a outra metade ouviu, também por 30 minutos e cinco vezes por semana, apenas sons “de ambiente”.
As avaliações ocorreram ao longo de 24 semanas, a primeira antes da cirurgia e 6-12-24 semanas após. Todas as pacientes avaliaram 25 sintomas físicos em uma escala de cinco pontos, cinco níveis de fadiga e uma escala de dor de 100 pontos.
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Após 6-12-24 semanas, o grupo que ouviu música em casa reduziu de forma significativa a severidade dos sintomas, intensidade de dor e fadiga emocional (p<0,05). Além disso, reduziu ainda de forma estatisticamente significativa a fadiga física após 6-12 semanas e a fadiga mental após seis semanas.
Em tempos de procedimentos invasivos e de altíssimo custo, a musicoterapia pode ser uma ferramenta simples, sem custo para os pacientes. Claro que esta intervenção não afeta sintomas de longo prazo. Sabemos que a música aumenta a liberação de endorfinas, dopamina e serotonina no cérebro, trazendo prazer e emoções positivas, aliviando a tensão muscular, tirando o foco de emoções negativas tão presentes na fase aguda do diagnóstico e tratamento de Câncer. A musicoterapia pode em tese ajudar estes pacientes a lidar com estresse, medo e sensação de solidão. É daquelas coisas que não vão fazer mal, muito pelo contrário.
Referências:
- Eur J Care. 2019; e13064. https://doi.org/10.1111/ecc.13064
Autoria

Gilberto Amorim
Formado em 1992 na UFRJ • Residência Médica em Clínica Médica no HUCFF – UFRJ • Residência em Oncologia Clínica no INCA • Oncologista do INCA de 01/1998 até 04/2008 –Chefe do Serviço do HCIII de 11/1999 até 05/2001 e de 12/2003 até 12/2005 • Membro Titular da SBOC desde 1996 • Membro titular da “ASCO” desde 2001 e da “ESMO desde 2016 • Sócio Honorário da Sociedade Brasileira de Mastologia desde 2009 • Oncologista e Coordenador Nacional de Oncologia Mamária da “Oncologia D’Or”, desde 05/2011 • Membro voluntário do Comitê Científico da FEMAMA, do INSTITUTO ONCOGUIA e da Fundação Laço Rosa
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