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Oncologia15 janeiro 2021

Estatísticas para 2021: redução na mortalidade por câncer nos EUA

Pesquisa mostra que a mortalidade global por câncer caiu 2,4% entre 2017 e 2018, sendo esta a maior queda já documentada.

Por Gilberto Amorim

O ano começa com a esperada publicação das estimativas de câncer norte-americanas para 2021. A tradicional publicação do CA: A Cancer Journal for Clinicians mostrou que são esperados este ano nos EUA cerca de 1,9 milhão de novos casos e infelizmente mais de 600 mil óbitos. No entanto, temos boas notícias, houve redução na mortalidade global por câncer, caindo 2,4% entre 2017 e 2018, sendo esta a maior queda já documentada pela American Cancer Society (ACS).

No período entre 1991 e 2018 a mortalidade global por câncer caiu 31% e 3,2 milhões de mortes foram evitadas neste período. Importante destacar que estes dados de incidência e mortalidade não refletem a atual pandemia de Covid-19. 

Diagnóstico precoce é um dos responsáveis pela redução de mortalidade por câncer

Os pesquisadores atribuem a redução na mortalidade à diminuição do tabagismo, ao diagnóstico precoce e a melhoria nos tratamentos, levando a melhora nos números nos 4 principais cânceres nos EUA: pulmão, mama, colorretal e próstata, com destaque para o primeiro com significativa tendência de queda na mortalidade. Esta redução nas mortes pelo segundo ano consecutivo é de -2,4% em relação ao ano anterior, resultado que tem sido ano a ano mais baixo. O câncer de pulmão hoje representa cerca de 46% das mortes evitadas nos últimos tempos.

Outro destaque da publicação se refere à vacinação pelo HPV nos EUA. Mesmo lá o câncer de colo uterino segue causando centenas de óbitos anualmente. São 11 mortes diárias, metade em mulheres com menos de 50 anos. Ainda é a segunda causa de morte entre mulheres de 20-30 anos. Apesar de disponíveis e recomendadas pela American Cancer Society para crianças entre 9-12 anos, a cobertura vacinal anti-HPV lá é inferior a de outros países desenvolvidos (57% ante 80% na Austrália e 90% no Reino Unido).

Os pesquisadores destacaram ainda:

  • o câncer é a principal causa de morte entre hispânicos e americanos de origem asiática;
  • a sobrevida global em 5 anos é de 68% para brancos e 63% para negros;
  • considerando todos os estádios a sobrevida em 5 anos é mais alta para o câncer de próstata (98%) depois melanoma (93%), mama (90%) e as piores pâncreas (10%), fígado e esôfago (20%) e apesar dos avanços – pulmão (21%);
  • a incidência de câncer de mama subiu 0,5% ao anos entre 2008-2017 e essa elevação é atribuída em parte a diminuição da fertilidade e o aumento do sobrepeso;
  • câncer colorretal ultrapassou leucemia em 2018 como a segunda causa de óbito em homens com 20-39 anos;

É uma publicação muito importante, visto que o câncer é um problema de saúde pública mundial, atualiza a magnitude do problema nos EUA e os desafios gigantescos que a sociedade, médicos, cientistas, pacientes e seus familiares têm de enfrentar, e também a preocupação com a incorporação de novos (e caros) tratamentos, mas a queda de 31% na mortalidade em geral, as 3,2 milhões de mortes evitadas têm de ser comemorados.

Figura ilustrativa com a incidência e mortalidade dos principais tipos de câncer, EUA, 2021

Referência bibliográfica:

  • Sigel R, Miller K et Cancer Statistics 2021. CA Cancer J Clin 2021; 71:7-33)  doi: 10.3322/caac.21654. Available online at cacancerjournal.com 

 

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