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Oncologia16 setembro 2024

ESMO 2024: Sessão traz novas abordagens de carcinoma hepatobiliar e pancreático

Mesa debateu temas relevantes para profissionais que tratam cânceres do trato gastrointestinal superior.
Por Lethícia Prado

A sessão de tumores do trato gastrointestinal alto que aconteceu no dia 13 de setembro, no Sevilla Auditorium, e discutiu novas abordagens do carcinoma hepatobiliar e pancreático.

Carcinoma hepatocelular

Estudo de bevacizumab e quimioterapia

A primeira apresentação, feita pelo dr. Shukui Qin, de Nanjing, China, foi Iparomlimab and tuvonralimab (QL1706) with bevacizumab and/or chemotherapy in first-line (1L) treatment of advanced hepatocellular carcinoma (aHCC): A randomized, open-label, phase II/III study (DUBHE-H-308). 

Dr. Qin inicia ressaltando a importância da investigação da eficácia e segurança do uso da combinação das três estratégias de tratamento atuais para CHC uma vez que ainda não existem moléculas alvo definidas. Tendo em vista que outros estudos fase III foram capazes de mostrar benefício com a incorporação de imunoterapia ao tratamento desses pacientes, esse foi um estudo fase II/III que utilizou o anticorpo QL 1706,composto de anti PD-1 IgG4 e anti CTLA-4 IgG1. 

Os pacientes foram randomizados em 4 grupos, 1:1:1:1 para receber QL 1706 + QT + bevacizumabe, QL 1706 + bevacizumabe, QL 1706 + QT e sintilimabe + bevacizumabe. No momento da apresentação, a fase III do estudo ainda não havia iniciado.  

Esse trabalho concluiu que a combinação de QL 1706 + bevacizumabe com ou sem QT mostrou maior ORR e DCR além de PFS quando comparados ao braço controle, com perfil de segurança aceitável e efeitos adversos manejáveis. Foi definido também o braço de estudo para a nova fase, que será QL 1706 + bevacizumabe + XELOX.  

Estudo de atexo + bev

Na sequência, dr. Adam Yopp trouxe: LBA39 – Updated efficacy and safety data from IMbrave050: Phase III study of adjuvant atezolizumab (atezo) + bevacizumab (bev) vs active surveillance in patients (pts) with resected or ablated high-risk hepatocellular carcinoma (HCC).  

Considerando as altas taxas de recorrência em pacientes com CHC após cirurgia ou ablação curativas e o uso de atezolizumabe e bevacizumabe na doença irressecável, essa apresentação buscou trazer dados atualizados após follow up de 35,1 meses com o uso dessa combinação no cenário adjuvante vs vigilância clínica.  

O estudo randomizou pacientes com CHC ressecado ou ablado para receber o tratamento a cada três semana, por um ano ou 17 ciclos até recorrência ou toxicidade ou vigilância ativa.  

O trabalho conclui que o uso de atezolizumabe com bevacizumabe no cenário adjuvante em pacientes com CHC pode atrasar a recorrência, mas sem que essa vantagem se mantenha no longo prazo, de tal forma que o risco-benefício do tratamento não justifica seu uso nesse contexto. Os dados de OS são ainda imaturos.  

FOLFIRINOX

O estudo fase II PANDAS/PRODIGE 44 foi apresentado pelo dr. Aurélien Lambert: Preoperative modified FOLFIRINOX (mFOLFIRINOX) with or without chemoradiation (CRT) in borderline resectable pancreatic cancer (BRPC): Results from the randomized phase II trial PANDAS/PRODIGE 44. 

Estudos prévios haviam demonstrado down-staging após uso de quimioterapia neoadjuvante baseada em FOLFIRINOX em pacientes com carcinoma pancreático borderline ou irressecável. Esse estudo buscou avaliar o possível benefício com o uso de radioterapia convencional nesse cenário.  

Após quatro aplicações de FOLFIRINOX, os pacientes eram randomizados 1:1 para receberem mais duas aplicações com ou sem radioterapia associada a capecitabina seguido de cirurgia e seis aplicações adjuvantes. O endpoint  primário avaliado foi taxa de ressecção R0.  

O estudo conclui que não houve diferenças quanto aos dois grupos avaliados, sem benefícios em sobrevida global e ressecção R0 não havendo vantagens, portanto, na incorporação de radioterapia neoadjuvante para esses pacientes.  

Estudo sobre anlotinib + penpulimab

A última palestra foi Primary results from the phase III ALTN-AK105-III-02 study: Anlotinib plus penpulimab versus sorafenib as first-line (1L) therapy for advanced hepatocellular carcinoma (aHCC), apresentada pelo dr. Jian Zhou.  

Nesse estudo foi avaliada a combinação de penpulimabe, um anticorpo monoclonal humanizado anti PD-1 IgG1 e anlotinibe, TKI multitarget quando comparados ao sorafenibe a primeira linha, levando-se em consideração os perfis de eficácia e segurança.  

Os pacientes com diagnóstico confirmado de CHC foram randomizados  2:1 para receber anlotinibe 10mg por VO do D1-D14 e penpulimabe 200mg IV a cada 3 semanas versus  sorafenibe 400mg/dia em duas tomadas até progressão de doença ou toxicidade limitante.  

O estudo foi capaz de atingir significância estatística em seus end points com mPFS de 6,9 vs 2,8 meses e mOS de 16,5 vs 13,2 meses. Os efeitos adversos foram manejáveis.  

Nesse trabalho, a combinação de anlotinibe e penpulimabe demonstrou benefício quando comparado ao sorafenibe em pacientes com carcinoma hepatocelular avançado.  

 

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