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Oncologia3 março 2025

Avaliação de sobrevida com trastuzumabe emtansina em pacientes com câncer de mama

Estudo avaliou o uso de trastuzumabe emtansina durante a adjuvância em comparação com trastuzumabe apenas após utilização de quimioterapia à base de taxano com trastuzumabe
Por Lethícia Prado

Levando-se em consideração que pacientes com câncer de mama HER2 positivo em estágio inicial apresentam doença residual invasiva após neoadjuvância em torno de 45% a 66%, o estudo KATHERINE buscou avaliar a utilização de trastuzumabe emtansina (T-DM1) durante a adjuvância em comparação com trastuzumabe apenas após utilização de quimioterapia à base de taxano com trastuzumabe, com análises iniciais mostrando aumento significativo de sobrevida livre de doença invasiva em 3 anos. 

Os critérios de elegibilidade incluíam pacientes com câncer de mama em estágio inicial HER2 positivo com, pelo menos, seis ciclos de quimioterapia neoadjuvante compreendendo, no mínimo, nove semanas de terapia baseada em taxano combinada com mais nove semanas de trastuzumabe e que apresentaram doença residual em mama ou axila durante a cirurgia. 

Leia mais: Câncer de mama: trastuzumabe é eficaz e seguro a longo prazo?

trastuzumabe

Métodos 

Em uma randomização 1:1 os pacientes foram distribuídos para receber trastuzumabe 6mg/Kg ou trastuzumabe emtansina 3,6mg/Kg por 14 ciclos e pareados conforme o estágio clínico inicial, características de receptores hormonais, tipo de tratamento neoadjuvante e status nodais após a neoadjuvância.  

O endpoint primário avaliou sobrevida livre de doença invasiva, com endpoints secundários abrangendo sobrevida global, sobrevida livre de doença, intervalo livre de recorrência e segurança. 

Resultados 

Após um follow up de 101,4 meses, 70% dos participantes do grupo experimental estavam vivos, comparado a 62% no grupo controle, com óbitos reportados em 12% no grupo T-DM1 e 17% no grupo controle. 

Quanto à sobrevida livre de doença invasiva, a estimativa em 7 anos ficou em torno de 80% no grupo T-DM1 versus 67% no grupo trastuzumabe. No que diz respeito à sobrevida global, esse benefício se manteve, com hazard ratio de 0,66 (P=0,003). 

O estudo traz como discussão que a análise dos dados iniciais, com follow up de 41 meses havia já demonstrado benefício com a utilização de T-DM1 adjuvante e redução do risco de doença invasiva ou morte da ordem de 50%, que se manteve nessa nova análise após 101 meses, sem nova ressalva quanto ao perfil de efeitos adversos.  

Considerações 

O envolvimento de doença em sistema nervoso central, nesse estudo, apresentou-se numericamente maior no grupo tratado com T-DM1 quando comparado ao grupo controle. Os autores tentam justificar esse achado com o fato de que a recorrência em sistema nervoso central ocorreu em 4 pacientes no grupo experimental contra 19 no grupo controle e que isso não levou a aumento no risco de recorrência em SNC com uso do trastuzumabe emtansina. 

Conclusão e mensagem prática 

Os autores concluem que o uso de trastuzumabe emtansina adjuvante em pacientes com câncer de mama inicial HER2 positivos com doença residual invasiva após neoadjuvância levou a melhores desfechos em sobrevida livre de doença invasiva. 

 

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Referências bibliográficas

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