ASCO 2024: REACH PC Trial

Vários guidelines internacionais, como o da ASCO, recomendam que o suporte com cuidados paliativos esteja presente de forma precoce em pacientes com doença oncológica avançada, de forma a impactar positivamente na melhoria da qualidade de vida e controle de sintomas. Entretanto, grande parte dos pacientes não recebe esse suporte devido a dificuldades no acesso e recursos limitados.  

O estudo 

O RACH PC Trial avaliou 1.250 pacientes, de 22 centros nos Estados Unidos, com diagnóstico de câncer de pulmão não pequenas células em estágio avançado entre 2018 e 2023 e buscou responder a seguinte questão: a efetividade do cuidado paliativo feito através de consultas por chamadas de vídeo é a mesma quando comparada ao atendimento feito presencialmente?  

Para responder essa pergunta, os pacientes foram randomizados em dois grupos, para atendimento presencial ou virtual a cada quatro semanas, com questionários aplicados nas semanas 12, 24, 36 e 48. Mesmo no grupo designado para atendimento virtual, a primeira consulta foi feita presencialmente. 

Os critérios de elegibilidade foram pacientes com idade maior ou igual a 18 anos, diagnóstico nas últimas 12 semanas de câncer não pequenas células de pulmão em estágio avançado, ECOG 0-3, sem proposta de tratamento curativo, capaz de responder às perguntas em inglês ou espanhol.  

Os participantes possuíam idade mediana de 65,5 anos, e tiveram média de 4,75 consultas no grupo de telessaúde e 4,92 no grupo presencial. 

Resultados 

Na 24.ª semana, quando houve avaliação com escores de qualidade de vida, observou-se equivalência entre os grupos, com médias ajustadas de 99,67 versus 97,67 no grupo telessaúde e presencial, respectivamente, o mesmo acontecendo nas avaliações de satisfação dos pacientes e cuidadores com o suporte fornecido e não houve diferenças quanto aos sintomas de depressão e ansiedade ou na percepção a respeito dos objetivos do tratamento oncológico entre os grupos.  

Considerações finais 

O estudo conclui que as consultas realizadas de forma virtual tiveram efeitos equivalentes àquelas presenciais no impacto de qualidade de vida do paciente, o que abre possibilidade para melhorar e ampliar o acesso aos pacientes ao suporte de cuidados paliativos precoce através da prestação de telessaúde.  

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