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Oncologia5 junho 2024

ASCO 2024: LAURA Trial 

Durante o Annual Meeting da ASCO (American Society of Clinical Oncology) foi apresentado o estudo LAURA.
Por Lethícia Prado

Em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células estágio III irressecável, o tratamento padrão atual envolve quimiorradioterapia seguida de durvalumabe, nos moldes do estudo PACIFIC, sendo ainda incerto o benefício da consolidação nos pacientes com mutação em EGFR. 

Nesse contexto, foi apresentado no Annual Meeting da ASCO (American Society of Clinical Oncology) o estudo LAURA, primeiro a avaliar o uso de terapia alvo após quimiorradioterapia em pacientes com CPNPC estágio III irressecável. 

ASCO 2024: LAURA Trial 

Metodologia 

Foram incluídos 216 pacientes com esse diagnóstico, de 17 países, com mutação de EGFR (ex19del ou L858R) e randomizados na proporção 2:1 para tratamento com osimertinibe ou placebo até progressão de doença ou toxicidade limitante, permitindo crossover para os pacientes do grupo placebo quando da ocorrência de progressão. O end point primário foi sobrevida livre de progressão e os end points secundários incluíam sobrevida global, sobrevida livre de progressão em SNC e segurança.  

Resultados 

Quanto aos resultados, após 12 meses foi observado SLP de 74% no grupo osimertinibe e 22% com placebo. Aos 24 meses, essas taxas eram de 65% e 13%, respectivamente, com benefício mantido nos subgrupos estratificados por sexo, idade, raça, histórico de tabagismo, estágio e mutação EGFR. 

A sobrevida livre de progressão mediana foi de 39,1 meses no grupo tratado com osimertinibe e 5,6 meses no grupo placebo (HR 0,16, IC 95% [0,10; 0,24]; P < 0,001. 

A taxa de resposta objetiva com osimertinibe foi de 57% em comparação com 33% com placebo e a duração média da resposta com o medicamento foi de 36,9 meses versus 6,5 meses com placebo. 

O impacto na progressão de doença em SNC foi também notável, com incidência de 22% no grupo experimental e 68% no grupo placebo, evidenciando a proteção conferida ao SNC pelo osimertinibe.  

Os dados quanto à sobrevida global ainda estão imaturos, porém análise interina mostra mediana de 54 meses com osimertinibe e ainda não alcançada no grupo placebo (HR 0,81, IC 95% [0,42; 1,56]; P = 0,530). 

Quanto aos efeitos adversos, a pneumonite por radiação foi a mais prevalente em ambos os grupos. Houve relatos de efeitos grau 3 ou mais em 35% dos pacientes tratados com osimertinibe e 12% dos pacientes no braço placebo. 

Considerações finais 

Esse estudo, que foi ovacionado pelos expectadores presentes na sessão da ASCO 2024, após apresentação dos resultados, mostra o possível caráter incurável dessa doença no estágio estudado na medida em que não define tempo de término de tratamento, podendo acarretar maiores custos e efeitos colaterais. 

Os resultados do LAURA trial mostram mais uma vez a possibilidade de um novo padrão de tratamento, individualizado ao perfil tumoral e com maior impacto e benefícios ao paciente.  

Confira os destaques do ASCO 2024! 

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Referências bibliográficas

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