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Oncologia4 junho 2024

ASCO 2024: ESOPEC Trial

O ESOPEC Trial comparou o benefício entre quimiorradioterapia neoadjuvante e quimioterapia perioperaória em pacientes com adenocarcinoma de esôfago.
Por Lethícia Prado

O adenocarcinoma de esôfago enquanto doença não metastática tem como principal tratamento curativo a ressecção cirúrgica, sendo já comprovado que, em pacientes com doença avançada ressecável, o tratamento multimodal é responsável por aumento da sobrevida.¹’²

Pacientes com tumores T2-4a N+/- beneficiam-se tanto de quimiorradioterapia neoadjuvante como de quimioterapia perioperatória, entretanto até então com pouca clareza quanto às diferenças de sobrevida comparativamente entre essas duas modalidades. 

O estudo

Apresentado no Annual Meeting da ASCO (American Society of Clinical Oncology), o ESOPEC Trial foi um estudo randomizado fase III conduzido na Alemanha, que buscou comparar o benefício entre quimiorradioterapia neoadjuvante e quimioterapia perioperaória em pacientes com adenocarcinoma de esôfago localmente avançado e junção esôfago-gástrica (JEG) ressecável. 

Os pacientes foram randomizados 1:1 para receber quimioterapia com FLOT (5-FU, Leucovorin, Oxaliplatina e Docetaxel) por 4 ciclos, seguido de cirurgia e mais 4 ciclos de FLOT, com intervalo de 4-6 semanas entre quimioterapia e cirurgia ou 5 ciclos de Carboplatina com Paclitaxel neoadjuvante associado a radioterapia com 41Gy (CROSS), seguido de cirurgia após 4-6 semanas e seguimento.  

Os critérios de inclusão foram pacientes com diagnóstico de adenocarcinoma de esôfago ou JEG e estágios T1N+ ou T2-T4aN+/-M0 e o end point primário foi sobrevida global, trazendo como end points  secundários sobrevida livre de progressão, estágio patológico pós operatório e  complicações pós cirúrgicas.  

Foram incluídos 438 pacientes, com média de idade de 63 anos, sendo a maioria do sexo masculino (89,3%), com doença cT3/4 (80,5%) e linfonodo positivo (79,7%) e estratificados de acordo com o status linfonodal e local de acometimento.  

Quanto à continuidade do tratamento, mais pacientes no grupo FLOT conseguiram completar a terapia neoadjuvante planejada (87,3% x 67,7%). 

No que diz respeito à cirurgia, os índices de ressecção R0 foram semelhantes entre os grupos, com 94,2% nos pacientes tratados com FLOT e 95% no grupo CROSS, com taxas de resposta patológica completa de 16,8% x 10% respectivamente, e índices de morbidade pós operatória parecidos entre si.  

Resultados

Após follow up de 55 meses a sobrevida global no grupo que recebeu quimioterpia perioperatória foi de 66 meses, enquanto no grupo de quimiorradioterapia neoadjuvante foi de 37 meses, um hazard ratio de 0,70 e a sobrevida livre de progressão mediana atingiu 38 meses com FLOT versus 16 meses com CROSS (HR 0,66, IC 95% [0,51; 0,85]; P = 0,001). 

Considerações

Esse estudo mostra que a quimioterapia perioperatória (FLOT) seguida de cirurgia proporciona aumento na sobrevida global quando comparado à quimiorradioterapia neoadjuvante (CROSS) seguida de cirurgia em pacientes com adenocarcinoma de esôfago T1N+ ou T2-T4aN+/-M0, devendo ser a terapia de escolha nesses pacientes.³

Confira os destaques do ASCO 2024! 

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Referências bibliográficas

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