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Entre os dias 8 e 10 de fevereiro deste ano, a Sociedade Americana de Oncologia Cínica (ASCO) realizou o seu simpósio anual focado em tumores geniturinários. Neste ano, houve mudanças importantes na conduta e tratamento dos tumores da próstata, rim e urotélio.
Dois estudos analisaram um cenário ainda pouco explorado, mas bastante comum nos casos de câncer da próstata: a doença M0 resistente à castração, ou seja, com elevação do PSA pós-tratamento local, mas sem metástases evidenciadas aos exames de imagem convencionais, e já resistentes à terapia de privação androgênica. Os estudos PROSPER (1) e SPARTAN (2) analisaram, respectivamente, o benefício da Enzalutamida e da Apalutamida, dois bloqueadores androgênicos de nova geração versus o placebo neste cenário, mostrando um benefício muito semelhante, com um aumento na sobrevida livre de metástases em dois anos de 71% para o estudo PROSPER e 72% para o estudo SPARTAN. Os dados para sobrevida global ainda não estão maduros o suficiente, mas também mostram tendência de benefícios para ambos os tratamentos.
Screening do câncer de próstata: a luta continua
O estudo IMmotion 151 (3), apresentado pelo lendário Robert Motzer, mostrou que o tratamento em primeira linha do carcinoma de células renais metastático combinando os anticorpos anti-VGFR Bevacizumabe e anti-PDL1 Atezolizumabe aumenta a sobrevida livre de progressão versus o tratamento padrão com sunitinibe em todos os subgrupos, com especial destaque para os pacientes com tumores positivos para o PD-L1, no qual o benefício foi a diminuição no risco de progressão em 36%.
Por último, mas certamente muito importante, temos o primeiro estudo prospectivo, fase III, randomizado, que avaliou o benefício do tratamento peroperatório para os pacientes com carcinoma urotelial de trato alto. Trata-se do estudo POUT (4), que evidenciou o benefício de quatro ciclos de quimioterapia adjuvante com cisplatina ou carboplatina combinadas a gencitabina, com uma diminuição na sobrevida livre de progressão de 51%, tornando-se assim o novo padrão de tratamento para estes casos.
Enfim, 2018 começa com muitas novidades para o tratamento dos tumores geniturinários. Esperamos que muitas outras venham, trazendo maiores benefícios para os nossos pacientes.
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Referências:
- J Clin Oncol 36, 2018 (suppl 6S; abstr 3)
- J Clin Oncol 36, 2018 (suppl 6S; abstr 161)
- J Clin Oncol 36, 2018 (suppl 6S; abstr 578)
- J Clin Oncol 36, 2018 (suppl 6S; abstr 407)
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