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Oncologia21 fevereiro 2025

Ações preventivas de xerostomia induzidas por terapias oncológicas

Revisão buscou avaliar técnicas de prevenção para alta taxa de hipofunção das glândulas salivares e xerostomia decorrente do tratamento de neoplasias de cabeça e pescoço
Por Lethícia Prado

A produção de saliva, que ocorre principalmente através da parótida e glândulas submandibular e sublingual, tem importante papel no paladar, controle de infecções orais, deglutição, fala e lubrificação da mucosa esofágica superior e sua redução pode levar a desconforto, cáries, pior estado nutricional e infecções orais. 

Sua baixa secreção é definida como uma taxa de fluxo de saliva total em repouso ≤ 0,1 ml/min, com a sensação já sentida pelo paciente quando sua taxa de salivação se reduz a partir de 50%.  

Considerando-se a alta taxa de hipofunção das glândulas salivares e xerostomia decorrente do tratamento de neoplasias de cabeça e pescoço não cirúrgicas, essa revisão buscou avaliar técnicas de prevenção para esse evento. 

xerostomia

Métodos 

Para tanto, foram incluídos na pesquisa ensaios clínicos randomizados publicados entre janeiro de 2009 e fevereiro de 2024 que avaliavam pacientes adultos com câncer de cabeça e pescoço tratados com quimioterapia e/ou radioterapia, doenças hematológicas e câncer de tireóide tratado com iodo radioativo, sendo elegíveis 51 artigos. 

Resultados 

Quanto aos resultados, a acupuntura preventiva foi avaliada em três ensaios em comparação com tratamento padrão de informações de higiene oral, mostrando redução na queixa de xerostomia, sem evidência de que seu uso durante a radioterapia previne a hipofunção das glândulas salivares.  

Dois estudos avaliaram a utilização de agonistas muscarínicos, como betancol , mostrando menor prevalência de xerostomia, com manutenção após um mês do término do tratamento, sem aumento significativo no fluxo de saliva em repouso. 

A transferência da glândula submandibular foi avaliada em dois ensaios clínicos, sendo comparada ao tratamento com pilocarpina ou observação e mostrando em ambos benefícios com melhora da hipofunção da glândula até 12 meses após a intervenção quando utilizadas técnicas 2D e 3D de radioterapia, não havendo ensaios avaliando esse benefício em modalidades atuais de radiação poupadora de tecido.   

Quanto às técnicas de radioterapia, oito ensaios abordaram a radiação poupadora de tecido, mostrando superioridade desta sobre as técnicas convencionais quanto a redução de xerostomia.

Conclusão e mensagem prática 

A revisão conclui que as evidências são limitadas para definir benefício nas opções terapêuticas estudadas, sendo as técnicas de radiação poupadoras de tecidos possivelmente as melhores estratégias para preservação da função das glândulas salivares.  

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Referências bibliográficas

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