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Oncologia9 outubro 2018

AAS está relacionado à redução nos riscos de câncer de ovário e fígado

Um novo levantamento associa o uso do ácido acetilsalicílico (AAS) à redução na probabilidade de desenvolvimento de câncer de fígado e de ovário.

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Os benefícios do ácido acetilsalicílico (AAS) na prevenção primária de riscos cardiovasculares já foram alvo de diversos estudos realizados a fim de comprovar a eficácia do fármaco. Desta vez, um novo levantamento associa o uso do medicamento à redução na probabilidade de desenvolvimento do câncer de fígado e ovário.

Em duas pesquisas sobre os efeitos do AAS na profilaxia do câncer, foram verificados desfechos positivos na redução dos riscos para a doença em pacientes que utilizaram baixa dosagem do fármaco em relação àqueles que não usavam o medicamento; no entanto, apenas em uso prolongado. Ambos os resultados foram publicados em outubro na revista Jama Oncology.

O primeiro levantamento contou com 133.371 participantes, 45 .864 mulheres e 87.507 homens. Os pacientes foram designados em dois grupos, o primeiro relatou tomar AAS por pelo menos duas vezes na semana, o segundo grupo não utilizou a medicação. Após acompanhamento de 26 anos, ocorreram 108 casos de carcinoma hepatocelular, porém os riscos foram menores nos indivíduos que usaram a medicação regularmente em relação aos demais (Hazard ratio, 0,51; IC 95%, [0,34-0,77]). Embora os efeitos positivos tenham surgido, o menor risco para o câncer de fígado foi observado mais notadamente nos participantes que utilizaram o AAS, na dose padrão semanal, durante cinco anos ou mais (HR 0,41; IC 95% [0,21-0,77]).

Leia mais: AAS é eficiente na prevenção de eventos cardiovasculares em idosos?

O segundo estudo envolveu 205 .498 mulheres que foram divididas em dois grupos, o primeiro tomou AAS e o segundo não usou o fármaco. As participantes foram acompanhadas de 1989 até 2015 e a análise dos dados ocorreu entre 2016 e 2017. Ao final deste prazo, aconteceram 1054 casos diagnosticados de câncer epitelial de ovário. Não foram identificadas diferenças significativas entre os dois grupos, a despeito da dose administrada (HR 0,99; IC 95% [0,83-1,19).

Porém, quando a dosagem foi avaliada separadamente em relação ao grupo que não usou AAS, o subgrupo que tomou baixas doses do medicamento (≤100 mg) apresentou menores riscos (HR, 0,77; IC 95% [0,61-0,96]), e não houve essa redução em quem tomou a dose padrão (325 mg) do fármaco (HR, 1,17; IC 95%, [0,92-1,49]).

Mais pesquisas devem ser realizadas no intuito de delimitar os reais benefícios do AAS na prevenção do câncer e quais os efeitos do fármaco a longo prazo.

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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • Simon TG, Ma Y, Ludvigsson JF, et al. Association Between Aspirin Use and Risk of Hepatocellular Carcinoma. JAMA Oncol. Published online October 04, 2018. doi:10.1001/jamaoncol.2018.4154
  • Barnard ME, Poole EM, Curhan GC, et al. Association of Analgesic Use With Risk of Ovarian Cancer in the Nurses’ Health Studies. JAMA Oncol. Published online October 04, 2018. doi:10.1001/jamaoncol.2018.4149

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