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Oftalmologia30 agosto 2017

Hemangioma Capilar Palpebral e Orbitário: oftalmopediatria em foco

O hemangioma capilar ou nevo morango é o tumor orbitário e periorbitário mais comum na infância. Meninas são mais afetadas que meninos em uma proporção de 3:1.

Por Pedro Netto

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O hemangioma capilar ou nevo morango é o tumor orbitário e periorbitário mais comum na infância. Meninas são mais afetadas que meninos em uma proporção de 3:1. Pode apresentar-se como pequena lesão isolada ou grande massa causando perda visual. É um tumor de natureza benigna composto da anastomose de pequenos canais vasculares sem encapsulação verdadeira.

Surge geralmente nas primeiras semanas de vida, com quase 30% dos casos se apresentando ao nascimento. A lesão cutânea superficial é, em geral, de cor vermelho vivo, brilhante, elevada e unilateral que descora e pode aumentar de tamanho e mudar de cor para um azul forte durante o choro ou esforço, contudo, tanto pulsação como sopro estão ausentes. Uma grande lesão na pálpebra superior pode causar ptose mecânica. Outras alterações oculares como astigmatismo, ambliopia e proptose podem ocorrer.

A evolução é caracterizada por crescimento rápido, 3-6 meses após o diagnóstico, seguido por uma fase de resolução natural mais lenta. Estima-se que a involução completa dos hemangiomas infantis ocorra no ritmo de 10% ao ano, de modo que 30% involuiriam até os 3 anos de idade, 50% até os 5 anos, 70% até os 7 anos e mais de 90% entre os 9 e 10 anos de idade.

Mais do autor: ‘Você sabe qual exame realizado, alteração e diagnóstico da imagem?’

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, apoiado na história. A tomografia computadorizada pode ser necessária no envolvimento profundo, quando o diagnóstico não é aparente na inspeção. A lesão aparece como massa homogênea de tecido macio na órbita anterior ou como massa extraconal com expansões digitiformes posteriores. A cavidade orbitária pode mostrar-se aumentada, mas sem erosão óssea. O ultrassom pode ser utilizado para mostrar as relações anatômicas e a extensão do tumor.

Tratamento

O tratamento é indicado nos casos de ambliopia secundária, compressão do nervo óptico, ceratopatia de exposição, mancha estética intensa, necrose ou infecção. Os corticoides sistêmicos, considerados por muito tempo a principal terapêutica para o hemangioma infantil, têm efeitos adversos insidiosos, difíceis de controlar, além de resposta variável. Os tratamentos intervencionistas – tais como: a injeção de corticosteroides, o laser, a embolização e a cirurgia – podem envolver risco para a região orbital, como dano ao nervo óptico e músculos extraoculares.

O propranolol é uma nova alternativa de tratamento para casos específicos de hemangioma infantil. Seu mecanismo de ação no hemangioma não está bem estabelecido. Especula-se que o propranolol aja diminuindo a expressão do fator de crescimento vascular do endotélio (VEGF) e do fator de crescimento básico de fibroblastos (bFGF), desencadeando a apoptose de células endoteliais. Seu uso, além de impedir o crescimento do tumor, promove a diminuição do volume da lesão de forma mais regular que o corticoide.

Leia também: ‘Doença de Benson: você sabe o que é?’

Evolução após 4 meses de uso de propranolol // Imagens cedidas pela Drª. Natalia Valenti

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