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Oftalmologia25 julho 2017

Doença de Benson: você sabe o que é?

É caracterizada pela presença de diversas minúsculas partículas arredondadas branco amareladas cintilantes birrefringentes, vistas à iluminação direta.

Por Pedro Netto

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

A doença de Benson, ou hialose asteroide, ou scintillatio albescens, é um processo degenerativo comum, pelo qual se acumulam minúsculos glóbulos de pirofosfato de cálcio dentro do gel vítreo. A origem da hialose asteroide permanece desconhecida. Foi sugerida uma associação com o diabetes mellitus, hipermetropia, hipertensão arterial e hipercolesterolemia, entretanto isso não foi comprovado.

É caracterizada pela presença de diversas minúsculas partículas arredondadas branco amareladas cintilantes birrefringentes, vistas à iluminação direta, que variam em tamanho e densidade. Tais partículas se movem com o vítreo durante os movimentos oculares, porém não sedimentam inferiormente quando o olho fica imóvel. No campo vermelho, observam-se as sombras das esferas, que aparecem escuras e aumentadas de tamanho.

A doença é unilateral em 75% dos pacientes. Estima-se uma prevalência de 0,042-0,5%, apesar de estudos recentes terem observado uma incidência de 1,96%. Afeta todas as raças, sendo mais comum em homens do que mulheres em uma proporção de 2:1.

Mais do autor: ‘Você sabe qual exame realizado, alteração e diagnóstico da imagem?’

Apesar da prevalência de hialose asteroide aumentar com a idade, afetando 3% das pessoas entre 75 e 86 anos, o descolamento posterior de vítreo, completo ou parcial, ocorre com menos frequência em indivíduos com hialose asteroide do que em controles pareados pela idade, o que não apoia a degeneração relacionada com a idade como causa.

Por vezes, a análise da retinografia é difícil devido aos numerosos reflexos produzidos pelos corpos hialoides. A angiografia fluoresceínica permite uma melhor visualização em casos difíceis. Na ultrassonografia, a hialose asteroide apresenta-se como depósitos hiperrrefletivos na cavidade vítrea e pode dificultar a medição do comprimento axial do globo ocular.

Na maioria dos casos é assintomática, raramente afetando a acuidade visual. A exceção ocorre nos casos em que há um grande envolvimento do vítreo, nos quais pode ser indicada uma vitrectomia. Entre os possíveis diagnósticos diferenciais, devem ser pensados a amiloidose e a sínquise cintilante (cholesterolosis bulbi).

*A imagem que ilustra esse texto foi gentilmente cedida pela Drª Andreia Brum e mostra uma hialose asteroide em olho esquerdo de paciente pseudofácico.

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