Uma correspondência enviada por oftalmologistas britânicos a revista Eye de Londres pesquisou sobre o impacto psicossocial do lockdown em pacientes oftalmológicos na Inglaterra. A oftalmologia representa uma das especialidades com maior número de atendimentos e o cancelamento dos serviços significou que milhares de pacientes com doenças oftalmológicas deixaram de ser atendidos.
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Estudos sobre o tema
Estudos prévios já mostraram que o lockdown e a quarentena em geral poderiam impactar negativamente na saúde mental de adultos, crianças e trabalhadores da saúde mas o impacto em pacientes com doenças oculares não foi avaliado. Nessa pesquisa, em maio de 2020, um questionário online com 27 itens foi realizado com indivíduos acima de 18 anos com doenças oculares. O nível de deficiência visual foi categorizada como normal/leve, moderada e grave/cegueira. Dos 325 que responderam ao questionário, 64.3% tinham 65 anos ou mais e 71.1% eram mulheres. O nível de deficiência visual foi normal/leve (34.8%), moderada (38.2%), grave/ cegueira (24.9%), e não mencionada (8.3%).
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O lockdown impactou negativamente na saúde mental(45.9%), solidão (46.0%), vida social (85.3%), ansiedade relacionada as idas ao hospital (55.1%), medo de perda futura da visão associada a perda das revisões e descontinuidade dos tratamentos (45.9%). Além disso, 39.2% mencionaram que foi mais difícil acompanhar suas doenças oculares durante o lockdown. De acordo com o estudo, pessoas com deficiência visual moderada e grave foram 3 vezes mais susceptíveis a experimentar sensação de solidão do que aqueles com deficiência visual leve ou sem.
Conclusão
O artigo conclui que o lockdown pode ter impactos negativos na questão psicossocial principalmente naqueles pacientes oftalmológicos com deficiência visual mais avançada e que é importante reconhecer e dar suporte adicional a esse grupo vulnerável durante a pandemia.
Referencias bibliográficas:
- Ting DSJ, Krause S, Said1 DG, Dua HS. Psychosocial impact of COVID-19 pandemic lockdown on people living with eye diseases in the UK. The Royal College of Ophthalmologists. 2020. doi: 10.1038/s41433-020-01130-4
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