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Nutrologia22 agosto 2018

Ingestão de carboidratos e a mortalidade: o que dizem as evidências

Pesquisadores analisaram a associação entre a ingestão de carboidratos e a mortalidade. Os resultados foram publicados na revista Lancet em agosto.

Por Vanessa Thees

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As dietas low carb ganharam evidência nos últimos anos, principalmente no tratamento do diabetes. No entanto, o efeito a longo prazo da restrição de carboidratos na mortalidade ainda é controverso. Em novo estudo, pesquisadores analisaram a associação entre a ingestão de carboidratos e a mortalidade. Os resultados foram publicados na revista Lancet em agosto.

Para o artigo em questão, os autores investigaram 15.428 adultos (com idades entre 45 e 64 anos) de quatro comunidades dos Estados Unidos. Os participantes completaram um questionário sobre hábitos alimentares entre 1987 e 1989 e não relataram ingestão calórica extrema (< 600 kcal ou > 4.200 kcal por dia para homens e < 500 kcal ou > 3.600 kcal por dia para mulheres). O desfecho primário foi mortalidade por todas as causas.

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dieta

Ingestão de carboidratos e mortalidade

Os pesquisadores encontraram uma associação em forma de U entre a porcentagem de energia consumida de carboidratos (média de 48,9%) e mortalidade: uma porcentagem de 50 a 55% de energia de carboidratos foi associada ao menor risco de morte.

Tanto o baixo (< 40%) quanto o alto consumo de carboidratos (> 70%) representaram maior risco de mortalidade do que a ingestão moderada (HR 1,20; IC 95%: 1,09 a 1,32 para baixo consumo de carboidratos / HR 1,23; IC 95%: 1,11 a 1,36 para consumo elevado de carboidratos).

No entanto, os resultados variaram de acordo com a fonte de macronutrientes: a mortalidade foi maior quando os carboidratos foram trocados por gordura ou proteína derivada de animais (HR 1,18; IC 95%: 1,8 a 0,19) e a mortalidade foi menor quando as substituições foram baseadas em plantas (HR 0,82; IC 95%: 0,78 a 0,87).

Pelos achados, os pesquisadores concluíram que:

  • Dietas com alta ou baixa ingestão de carboidratos foram associadas com aumento da mortalidade, com risco mínimo observado em 50 a 55% da ingestão de carboidratos;
  • Quando o carboidrato foi substituído por fontes de proteína e gordura derivadas de origem animal (carne de cordeiro, de porco, de frango, etc), a mortalidade foi maior;
  • Quando o carboidrato foi substituído por fontes de proteína e gordura derivadas de plantas (vegetais, nozes, pães integrais, etc), a mortalidade foi menor;

Os resultados sugerem que a fonte de alimentos modifica a associação entre carboidratos e mortalidade.

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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

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