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Neurologia13 setembro 2022

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): epidemiologia, comorbidades e genética

TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e acompanha o indivíduo por toda a sua vida.

Estudos epidemiológicos do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em adultos estimaram que a prevalência atual seja em torno de 4,4% entre pessoas de 18 a 44 anos nos Estados Unidos. Essa prevalência gira em torno de 3,4% em pessoas dessa faixa etária em dez países nas Américas, Europa e Oriente Médio, segundo pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Leia também: Whitebook – Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH)

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) epidemiologia, comorbidades e genética

Comorbidades

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade adulto é frequentemente comórbido com outros transtornos psiquiátricos. Em amostras dos Estados Unidos, os adultos com TDAH eram mais propensos do que os adultos da população geral a ter os seguintes distúrbios concomitantes:

  • Transtorno do Humor (OR 2,7 a 7,5;  IC 95%  0-8,2);
  • Transtorno de Ansiedade (OR 1,5 a 5,5; IC 95% 2,4-5,5);
  • Transtorno por uso de substâncias (OR 3,0; IC 95%  4-6,5);
  • Transtorno Explosivo Intermitente (OR 3,7; IC 95%  2-6,2).

Existe uma relação dose-resposta entre o TDAH e o número de transtornos comórbidos. Ou seja, quanto mais sintomas de TDAH, maior a chance de o paciente apresentar comorbidades psiquiátricas associadas (OR 7,2 de ter três ou mais outros distúrbios associados – IC 95% 5,1-10,2).

A taxa de transtornos psiquiátricos associados, em adultos com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade não tratado, tende a aumentar com a idade. À medida que as pessoas com TDAH envelhecem, aumenta a probabilidade de ansiedade, depressão, TUS (transtorno de abuso de substâncias) e transtorno de personalidade antissocial. Geralmente, clinicamente essas comorbidades se tornam mais evidentes, enquanto o TDAH subjacente se torna menos evidente.

Saiba mais: Como o sono pode reduzir os sintomas de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

Genética do TDAH

O risco de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em pais e irmãos de crianças com a doença é aumentado de duas a oito vezes. A hereditariedade e penetrância é estimada em 76% com base em dados agrupados de estudos com gêmeos homozigóticos. Em outras palavras, independente dos fatores ambientais, caso seus pais tenham TDAH, você certamente terá 76% de chance de desenvolver os sintomas.

Vários genes têm sido implicados na etiologia do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade:

  • Polimorfismos no gene do transportador de dopamina (DAT1, SLC6A3) e no gene do receptor de dopamina 4 (DRD4) têm sido mais frequentemente associados ao TDAH, sugerindo um mecanismo genético complexo pelo qual o distúrbio é causado por ações combinadas de vários genes interagindo com fatores de risco ambientais.
  • Uma meta-análise de 61 estudos de associação de genes descobriu que o TDAH adulto está associado à presença de RS8079781 no BAIAP2. Esse último é expresso em níveis mais elevados no hemisfério cerebral esquerdo e participa da proliferação neuronal, sobrevivência e maturação.
  • Em uma meta-análise de estudos de associação de todo o genoma sobre TDAH persistente em adultos e TDAH em crianças, foram analisadas amostras de mais de 17.000 casos e 32.000 controles. Os resultados suportam uma contribuição compartilhada de múltiplas variantes genéticas comuns para o TDAH em crianças e adultos.

Conclusão 

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é prevalente e está associado a outros distúrbios psiquiátricos. Atualmente estão sendo descobertos genes relacionados à doença, que contribuem em maior ou menor escala, para o seu desenvolvimento.

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Referências bibliográficas

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