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Neurologia17 dezembro 2018

Qual é o valor prognóstico do MoCA no quadro de AVCi agudo?

Sabe-se que o AVCi pode trazer danos cognitivos significativos, mas como definir tal prognóstico? Existiria alguma maneira de aferir esse dado? Descubra.

Por Rachel Alencar

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

As doenças crônicas sistêmicas são mais do que um fardo epidemiológico. Na nossa contemporaneidade, seu peso recai sobre a população mundial limitando sua funcionalidade e sobrevida, sobretudo quando se tornam mais do que fatores riscos. Silenciosas, suas complicações se impõe como uma assustadora realidade. O invisível se torna palpável quando, por exemplo, um paciente com múltiplas comorbidades – sintomáticas ou não – sofre um acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi).

Doença multifatorial, o AVCi é uma das principais causas de morte em adultos no mundo, além de representar também redução da sobrevida com sequelas que repercutem social e economicamente em uma população que ainda poderia ser produtiva.

Sabe-se ainda que o AVCi pode trazer danos cognitivos significativos e limitantes, mas como definir tal prognóstico nesses pacientes? Existiria alguma maneira de aferir objetivamente esse dado? Se sim, qual seria o momento para fazê-lo?

Tentando compreender melhor como definir o prognóstico cognitivo nesse contexto, foi desenhado o estudo “Early MoCA predicts long-term cognitive and functional outcome and mortality after stroke”. Utilizando-se de duas coortes prospectivas europeias, foram incluídos na pesquisa 125 pacientes do Hospital da Universidade de Ludwig-Maximilians, em Munique, Alemanha, e 149 pacientes do Hospital da Universidade de Lille, na França.

Foram excluídos pacientes com déficit focal agudo e área isquêmica evidenciada em TC, e excluídos pacientes com demência prévia, outras doenças do SNC, IQCODE >64, deficiência em habilidade linguística e condições que pudessem comprometer o seguimento (ex: câncer terminal).

Leia mais:Saiba quando iniciar anticoagulação após AVC isquêmico causado por FA

Um total de 274 pacientes foram submetido ao MoCA (Montreal Cognitive Assessment) nos primeiros sete dias do diagnóstico de AVC, entre janeiro de 2010 e abril de 2014. O ponto de corte utilizado foi < 26, previamente estabelecido como preditor de déficit cognitivo.

Corrigiu-se o escore com um ponto em pacientes com menos de 12 anos de escolaridade. Consecutivamente foi feito seguimento desses com avaliações cognitivas e funcionais no sexto, 12º e 36º meses, por meio sobretudo de entrevistas e escores validados.

O resultado foi impressionante: um escore MoCa < 26 de fato se relacionou a desfechos piores do ponto de vista cognitivo. Qual o valor dessa informação prognóstica? Para médicos, a compreensão das necessidades individualizadas de diversos tipos de reabilitação para cada paciente. E para pacientes e familiares? Melhor compreensão, empoderamento, visão ampliada sobre sua própria doença.

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Referências:

  • Early MoCA predicts long-term cognitive and functional outcome and mortality after stroke. ZIETEMANN, V.; GEORGAKIS, MK.; DONDAINE, T.; et alli. 17 de outubro de 2018. 1212/WNL.0000000000006506.
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