Um novo estudo, apresentado na International Stroke Conference (ISC) 2017, indica que os fatores de risco cardiovascular na meia-idade (tabagismo, hipertensão, diabetes) estão associados com o risco aumentado de demência mais tarde na vida.
O estudo foi feito com 15.744 moradores de quatro comunidades dos Estados Unidos no final dos anos 1980, quando tinham entre 45 e 64 anos. Os fatores de risco cardiovasculares foram avaliados no início do estudo e os participantes foram acompanhados em intervalos regulares por aproximadamente 25 anos.
Foram identificados 1.516 casos de demência na avaliação feita em 2011 - 2013. Como esperado, o risco de demência aumentou com a idade. No coorte global, os participantes negros apresentaram maior risco de demência. Os fatores de risco na meia-idade para demência tardia incluíram (intervalo de confiança [IC] 95% para todos):
- ser fumante (hazard ratio [HR]: 1.4, 1.19 - 1.58);
- ter diabetes ([HR]: 1.8, 1.54 - 2.08);
- ter hipertensão ou pré-hipertensão ([HR]: 1.4, 1.24 - 1.63 e [HR] 1.4, 1.17 - 1.57);
- ser portador do alelo APOE ε4 ([HR] 2.0, 1.76 - 2.19);
- e não se formar no ensino médio ([HR] 1.4, 1.22 - 1.60).
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Os autores do estudo fizeram algumas ressalvas: "Fumar foi apenas um fator de risco para demência em participantes brancos. E APOE teve um efeito mais forte em brancos do que em negros. A diabetes foi um fator de risco importante tanto em negros como em brancos, assim como a hipertensão".
Os pesquisadores ressaltam a importância desse estudo, já que identifica fatores de risco modificáveis, que podem ser tratados na meia-idade.
Referências:

- Midlife Vascular Risk Factors Drive Dementia Later in Life. Medscape. Feb 24, 2017.
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