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Neurologia31 maio 2023

O que mudou no DSM-5-TR?

Dentre as mudanças no DSM-5-TR estão a inclusão de novas entidades diagnósticas e atualizações na terminologia dos critérios diagnósticos.

Por Tayne Miranda

A 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais( DSM-5-TR), publicada pela American Psychiatric Association (APA), sofreu sua primeira revisão desde a sua publicação em 2013. A alteração visa endereçar mudanças nas descrições dos diagnósticos a partir das pesquisas que se desenvolveram desde a sua publicação.  

Dentre as mudanças no DSM-5-TR estão a inclusão de novas entidades diagnósticas, atualizações na terminologia dos critérios diagnósticos e dos especificadores. Abaixo vamos destrinchar as mudanças que impactarão a prática dos profissionais de saúde.  

Saiba mais: American Psychiatric Association (APA) publica atualização do DSM-5

O que mudou no DSM-5-TR?

O que mudou no DSM-5-TR?

Novos diagnósticos no DSM-5-TR

Transtorno de Luto Prolongado: caracteriza-se pela presença contínua por pelo menos 12 meses após a morte de um ente querido (para crianças e adolescentes o tempo é de 6 meses), de um desejo intenso e/ou preocupação persistente com pensamentos ou lembranças do falecido, juntamente com sintomas de dormência emocional, dor emocional intensa, evitação de lembretes que a pessoa faleceu, ausência de sentido na vida e solidão intensa por causa da morte e dificuldade em retomar as atividades da vida, que são suficientemente grave para causar prejuízo no funcionamento.  

Transtorno do Humor Não Especificado: é uma categoria que se aplica a situações onde sintomas característicos de um transtorno de humor que causa sofrimento significativo ou comprometimento nas situações sociais está presente, mas não preenchem todos os critérios no momento da avaliação para qualquer um dos os transtornos nas classes diagnósticas de transtornos bipolares ou depressivos e nos quais é difícil escolher entre transtorno bipolar não especificado e transtornos relacionados e transtorno depressivo não especificado – por exemplo, por uma dificuldade de avaliação diagnóstica secundária a uma agitação aguda.  

Transtorno Neurocognitivo Leve Induzido por Estimulantes: o uso de estimulantes foi adicionado a outras substâncias (álcool, inalantes, sedativos, hipnóticos e ansiolíticos) como causa possível de sintomas neurocognitivos.  

Alterações em critérios diagnósticos 

Houve alterações em mais de 70 critérios diagnósticos do DSM-5-TR, a maior parte delas alterações sutis. Abaixo as mudanças mais importantes. 

Transtorno do Espectro Autista: a redação do critério diagnóstico A foi alterada para corrigir uma ambiguidade da redação precedente. O texto original: “Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo que segue, atualmente ou por história prévia” teve a frase conforme manifestado pelo que segue alterada para conforme manifestado por todos os seguintes, uma vez que a primeira frase podia ser interpretada tanto como qualquer um dos seguintes quanto por todos os seguintes.  

Transtorno Afetivo Bipolar: os especificadores de gravidade foram alterados, uma vez que eles faziam sentido para os episódios depressivos, mas eram incongruentes para os episódios de mania. A descrição precedente de um episódio leve (que resultaria em pouco comprometimento funcional e social, o que é incompatível com o diagnóstico de mania) foi alterada. 

Transtorno de Adaptação: a especificação quanto à duração dos sintomas foi inadequadamente deixada de fora do DSM-5. Foi adicionado o especificador “agudo” se os sintomas persistem por menos que 6 meses e “persistente / crônico”, se os sintomas duram mais de seis meses.  

Leia também: Transtornos mentais após alta por covid

Mudanças em terminologias 

Medicações neurolépticas passaram a ser denominadas como medicações antipsicóticas ou agentes bloqueadores do receptor de dopamina; deficiência intelectual foi substituída por distúrbio do desenvolvimento intelectual, transtorno conversivo por síndrome neurológica funcional. 

Refletindo a evolução da terminologia na área de disforia de gênero, “gênero desejado” é substituído por “gênero experimentado”; o sexo atribuído ao nascimento passa a constar dessa forma e as intervenções como tratamento de afirmação de gênero. 

Por fim, o texto do DSM-5-TR ainda foi integralmente revisado por três grupos de revisão transversais, que se debruçaram sobre as questões de sexo e gênero, cultura e suicídio. Além disso, um grupo de inclusão étnico-racial revisou todo o texto para assegurar que as explicações sobre diferenças étnico-raciais e culturais na apresentação de sintomas e prevalência considerassem o impacto do racismo e da discriminação. 

 

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Referências bibliográficas

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