O herpes zoster é causado pela reativação do vírus varicela-zoster. Este persiste por um período de anos nos gânglios dos nervos cranianos ou espinhais após a resolução da infecção original. À medida que a imunidade celular diminui com a idade ou alguma condição associada à imunocomprometimento, o vírus é transportado ao longo dos nervos periféricos, produzindo uma neurite aguda.
Existem três fases de dor associadas ao herpes zoster:
- A neuralgia herpética aguda: refere-se à dor que precede ou acompanha a erupção cutânea, que persiste por até 30 dias a partir do seu início.
- A neuralgia herpética subaguda: refere-se à dor que persiste além da cura da erupção, mas que se resolve dentro de quatro meses após o início.
- Neuralgia pós Herpética (NPH): refere-se à dor que persiste por mais de quatro meses desde o início da erupção.
Os nervos torácico (especialmente T4 a T6), cervical e trigêmeo são mais comumente afetados. A dor associada à infecção aguda por zoster e neuralgia pós-herpética pode ser relatada como uma dor em queimação ou facada, constante ou intermitente. Mais de 90% dos pacientes também têm alodinia, definida como dor evocada por estímulos normalmente não dolorosos, como toque leve.
Na maioria das vezes, a NPH representa um continuum de dor que nunca se resolveu após um episódio agudo de herpes zoster.
O diagnóstico é clínico e feito quando a dor persiste além de quatro meses na mesma distribuição de um episódio documentado anterior de herpes zoster.
Os fatores adicionais que apoiam o diagnóstico são:
- Idade avançada.
- Dor prodrômica intensa com herpes zóster.
- Erupção cutânea anterior grave.
- Distribuição nos dermátomos do plexo braquial ou trigêmeo.
- A presença de alodinia.
A gabapentina, pregabalina e antidepressivos tricíclicos são geralmente os medicamentos de primeira escolha para o tratamento. Em revisões sistemáticas, os tratamentos mais eficazes incluiram essas três drogas e opióides.
A escolha entre os tratamentos deve ser individualizada de acordo com as características específicas do paciente, comorbidades, perfil de efeitos colaterais da medicação, valores e preferências do paciente.
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Os opioides estão associados ao potencial de abuso e dependência e, portanto, muitos especialistas os consideram opções de tratamento de segunda ou terceira linha.
Referências bibliográficas:
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