Elmer e colaboradores avaliaram uma coorte de pacientes comatosos consecutivos tratados após parada cardíaca de janeiro de 2012 a fevereiro de 2015 para avaliar se existem fenótipos eletroencefalográficos classificáveis de mioclonias multifocais que se desenvolvem após parada cardíaca.
As mioclonias são movimentos fugazes de excitação ou relaxamento muscular que resultam em uma contração contínua e rápida do músculo implicado. A mioclonia multifocal pode ser causada por uma falta repentina de oxigênio no cérebro, por certos tipos de epilepsia ou por doenças degenerativas que aparecem no final da vida.
Foram incluídos no estudo 401 pacientes, dos quais 69 (16%) tinham mioclonias precoces. Entre esses pacientes, o padrão 1 foi o mais comum, ocorrendo em 48 pacientes (74%), enquanto o padrão 2 ocorreu em 8 pacientes (12%). Os demais pacientes apresentavam mioclonia subcortical (n=2; 3%) ou outros padrões (n=7; 11%). Nenhum paciente com padrão 1, mioclonia subcortical ou outros padrões sobreviveu com resultado favorável. Em contraste, 4 dos 8 pacientes (50%) com padrão 2 sobreviveram, e todos apresentaram resultados favoráveis, apesar de permanecerem comatosos durante 1 a 2 semanas após parada cardíaca. Para mais informações sobre os diferentes padrões acesse o link.
O estudo relatou dois padrões com significados prognósticos distintos. Para pacientes com o padrão 1, pode ser apropriado abandonar o padrão clínico atual de terapia agressiva com antiepiléptico convencional em favor da limitação precoce do cuidado ou de novas estratégias neuroprotetoras.
Referências:
- Elmer J, Rittenberger JC, Faro J, Molyneaux BJ, Popescu A, Callaway CW, et al. Clinically distinct electroencephalographic phenotypes of early myoclonus after cardiac arrest. Ann Neurol. 2016;80(2):175–84.
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