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Neurologia24 fevereiro 2022

Escala de Glasgow: O que é e como utilizar?

A escala de coma de Glasgow (GCS) é uma ferramenta utilizada para avaliar e calcular o nível de consciência do paciente. Como usar?

A escala de coma de Glasgow (GCS) é uma ferramenta utilizada para avaliar e calcular o nível de consciência do paciente. Ela foi desenvolvida há mais de 40 anos e é amplamente utilizada pela simplicidade do sistema de pontuação, permitindo rápida aplicação à beira do leito.

A escala de coma de Glasgow (GCS) é uma ferramenta utilizada para avaliar e calcular o nível de consciência do paciente. Como usar?

Como usar a escala de Glasgow?

A GCS foi inicialmente utilizada para avaliar o nível de consciência em pacientes vítimas de traumatismo cranioencefálico (TCE), sendo depois amplamente aplicada em outros pacientes agudamente doentes. Em hospitais, também é usada para monitorização em unidade de terapia intensiva. Clinicamente, a GCS pode ajudar a agilizar os serviços de trauma por meio dos principais protocolos de bypass de trauma.

Ela usa uma pontuação de três critérios: abertura ocular (máximo de 4 pontos), resposta verbal (máximo de 5 pontos) e resposta motora (máximo de 6 pontos). Essas pontuações são somadas para fornecer uma pontuação total entre 3 a 15. Ela segue um bom indicador prognóstico da gravidade do traumatismo cranioencefálico e da mortalidade subjacente.

Ao avaliar o escore na GCS, quando existe assimetria direita/esquerda ou superior/inferior, é importante que se use a melhor resposta motora no cálculo do escore, porque este é o preditor mais confiável do resultado. Entretanto, devem-se anotar as respostas efetivas em ambos lados do corpo, face, braços e pernas.

Figura 1: Escala de coma de glasgow revisada

 

Veja mais: podcast sobre a escala de Glasgow

Abertura Ocular:

Para este critério, quando o paciente apresenta abertura espontânea, recebe pontuação 4. Do contrário, lançamos mão de alguns comandos, como chamar o paciente pelo nome ou solicitar a abertura ocular, o que configura a pontuação 3. Caso o paciente não apresente resposta, aplicamos um estímulo doloroso como pressão da incisura supra orbital ou pinçamento de trapézio; ele receberá pontuação 2 em caso de resposta. A pontuação mínima de 1 indica que não há abertura dos olhos, mesmo em resposta à dor. No entanto, se não houver resposta devido a uma lesão ocular primária, como inchaço, então “C” (significando “fechado”) deve ser registrado com a pontuação.

Resposta verbal

Neste item, faremos perguntas como: “Você sabe em que mês estamos?”, “Você sabe onde está?”, “Pode me falar seu nome?”. Respondendo a todos os componentes, o paciente recebe a pontuação máxima (5 pontos).

Caso contrário, avaliaremos a extensão de suas habilidades verbais. Os pacientes podem usar frases coerentes e completas, porém com confusão sobre tempo, lugar ou pessoa (4 pontos). O uso inapropriado ou palavras desorganizadas, refere-se a palavras audíveis, aleatórias e fora de contexto (pontuação 3 pontos). O paciente pode emitir sons como ruídos ou gemidos, sem formação de qualquer palavra (pontuação 2 pontos). Se não houver nenhuma resposta audível, a pontuação é mínima (1 ponto). Se o paciente não consegue se comunicar devido à intubação, deve ser anotado como “T”.

Resposta motora

Para avaliar aqueles que se enquadram na pontuação máxima deste critério (6 pontos), o paciente deve obedecer a comandos como: “segure o meu dedo”, “feche as mãos”, “mostre a língua”. Se não houver resposta a isso, o próximo passo é avaliar a resposta à dor, com os mesmos estímulos já citados anteriormente. Neste caso, o paciente pode localizar corretamente o estímulo (5 pontos); flexionar ou retirar um membro para longe de um estímulo de dor (4 pontos); fazer adução e rotação interna dos membros superiores e extensão de membros inferiores (3 pontos), conhecido como “postura de decorticação” (sugerindo danos acima do nível do núcleo rubro no mesencéfalo); ou ainda, fazer extensão de membros superiores e inferiores (2 pontos), chamada “postura de descerebração”. Quando não há qualquer resposta motora, o paciente recebe 1 ponto.

Conclusões

Na prática, a GCS é apenas uma parte do exame do sistema neurológico, mesmo em pacientes inconscientes. Nesse cenário, também é importante avaliar a reatividade pupilar, reflexos do tronco cerebral, reflexos tendíneos, sinais de meningismo e resposta cutânea plantar. Juntos, os achados do exame podem ajudar a localizar a lesão neurológica. Como parte das observações regulares de um paciente internado, também é importante observar a tendência das pontuações do GCS. Uma diminuição abrupta na pontuação pode representar deterioração neurológica, exigindo uma avaliação complementar com urgência.

Referências bibliográficas:

  • Teasdale G, Maas A, Lecky F, Manley G, Stocchetti N, Murray G. The Glasgow Coma Scale at 40 years: standing the test of time. Lancet Neurol. 2014 Aug;13(8):844-54. doi: 10.1016/S1474-4422(14)70120-6.
  • Mehta R; GP trainee, Chinthapalli K; consultant neurologist. Glasgow coma scale explained. BMJ. 2019 May 2;365:l1296. doi: 10.1136/bmj.l1296.
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