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Neurologia5 junho 2023

Craniotomia ou craniectomia para hematoma subdural agudo?

Estudo multicêntrico com pacientes com hematoma subdural agudo (HSDa) avaliou os resultados funcionais pós-craniotomia e craniectomia durante 12 meses.

A evacuação cirúrgica de urgência é necessária para pacientes com hematoma subdural agudo (HSDa) e sinais clínicos atribuíveis a hérnia cerebral ou pressão intracraniana elevada e para esses pacientes que apresentam evidência de deterioração neurológica desde o momento do evento. Diretrizes de um painel de especialistas publicadas em 2006 recomendaram cirurgia para reduzir o risco de morbimortalidade.

Leia também: Craniectomia descompressiva no tratamento do TCE

Os limiares clínicos para indicação cirúrgica incluíram uma queda na escala de coma de Glasgow ≥ 2 pontos desde o momento da lesão até a internação hospitalar e a presença de pupilas assimétricas ou fixas e dilatadas. Os limiares de imagem incluíram espessura do HSD > 10 mm ou desvio da linha média > 5 mm, independentemente dos achados clínicos. Volumes maiores de HSD estão associados a piores resultados.

Alguns estudos anteriores analisaram essa escolha, mas com n menor do que 200 pacientes.

Por exemplo, em uma análise de 174 pacientes submetidos à cirurgia, a taxa de mortalidade aumentou com o tamanho da espessura do hematoma de 10% para pacientes com HSD < 10 mm para 90% quando HSD > 30 mm.  Já em outro estudo de tratamento não cirúrgico inicial de 31 pacientes com hematoma subdural agudo (HSDa), a espessura do hematoma > 10 mm e o desvio da linha média > 5 mm na imagem inicial foram associados à deterioração neurológica subsequente e à necessidade de cirurgia.

A evacuação cirúrgica do HSDa é comumente realizada por craniotomia ou craniectomia descompressiva, com incertezas quanto à abordagem preferencial.

Craniotomia ou craniectomia para hematoma subdural agudo?

Novo estudo

Em um novo estudo multicêntrico com 462 pacientes com HSDa sintomático, publicado no New England Journal of Medicine em abril, o grupo de pesquisadores liderado pelo médico Peter J. Hutchinson, da University of Cambridge, avaliou os resultados funcionais pós-craniotomia e craniectomia durante 12 meses.

Métodos

Eles foram randomizados para craniotomia ou craniectomia descompressiva. O critério de inclusão foi retalho ósseo com diâmetro anteroposterior igual ou superior a 11 cm. O desfecho primário foi a classificação na Extended Glasgow Outcome Scale (GOSE). Os desfechos secundários incluíram a classificação GOSE aos seis meses e a qualidade de vida avaliada pelo questionário EuroQol Group 5-Dimension 5-Level (EQ-5D-5L).

Resultados

Os resultados funcionais foram semelhantes entre os grupos em seis e 12 meses. No entanto, a reabordagem dentro de duas semanas foi mais frequente naqueles designados para craniotomia (15% versus 7%), e as complicações da ferida foram mais comuns entre os pacientes designados para craniectomia (12% versus 4%).

Ouça mais: Hematoma subdural: caso clínico na emergência [podcast]

Conclusão

Esses resultados apoiam o uso de qualquer técnica para evacuação cirúrgica de HSDa.  Ela varia de acordo com a gravidade da lesão, experiência/preferência do neurocirurgião e recursos disponíveis.

Mensagem prática

A craniotomia pode ser preferida para minimizar o tempo operatório e as complicações da ferida, enquanto a craniectomia para reduzir o risco de morbidade ou reabordagem por edema cerebral associado.

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Referências bibliográficas

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