Cirurgia na DREZ para dor crônica: Você sabe o que é?
Dorsal root entry zone ou DREZ, trata-se do procedimento microcirúrgico que provoca lesão na zona de entrada da raiz dorsal.
DREZ (dorsal root entry zone) é uma sigla em inglês que determina a zona de entrada da raiz dorsal na medula espinhal. Tal termo foi transcendido ao procedimento microcirúrgico que provoca lesão na zona de entrada da raiz dorsal, com o intuito de melhora da dor crônica intratável, e como alternativa para tratamento de espasticidade.
As principais indicações para cirurgia de lesões na DREZ são:
- Lesões por avulsão da raiz nervosa: como as lesões por estiramento, que ocorrem comumente nos acidentes de motocicleta.
- Lesão medular que provoca dor em nível inferior à lesão.
- Neuralgia pós herpética: para pacientes com dor de caráter neuropático após quadros de Herpes Zoster.
- Dor do membro fantasma: pacientes que referem dor na porção do membro que foi amputado.
- Alternativa para tratamento para espasticidade em pacientes refratários à medicação.
Apesar do primeiro caso ter sido tratado utilizando a técnica da cirurgia de DREZ descrita em 1972, e ser escrito para melhora da dor associada à invasão de plexo braquial por um tumor de Pancoast, a indicação desta cirurgia para casos oncológicos é contraditória na literatura.
Complicações:
Além das complicações intrínsecas a qualquer procedimento cirúrgico, as complicações neurológicas mais frequentes são: paresia (fraqueza) ou perda da propriocepção (noção segmentar do corpo). As complicações ocorrem em 10% dos casos, mas só a metade (5%) podem se tornar permanentes.
Resultados:
Na dor por avulsão nervosa, apresenta uma melhora significativa a longo prazo de 80-90%. Pacientes paraplégicos com algum segmento abaixo da lesão apresentam 80% de melhora, porém quando esse tipo de dor é em todo o corpo abaixo da lesão, a melhora passa a ser de apenas 30%.
Referência bibliográfica:
- Sindou M. Microsurgical DREZotomy (MDT) for pain, spasticity, and hyperactive bladder: a 20-year experience. Acta Neurochir (Wien). 1995;137(1-2):1-5. doi: 10.1007/BF02188771. PMID: 8748859.
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