O conhecimento sobre os possíveis efeitos nocivos da atividade física vigorosa na função renal ainda é limitado. Pensando nisso, pesquisadores realizaram um estudo com corredores de maratona.
Nesse estudo prospectivo observacional, pesquisadores analisaram os corredores com idades entre 22 e 63 anos que participam da 2015 Hartford Marathon. Alguns dos critérios para inclusão foram:
– índice de massa corporal entre 18,5 e 24,9 kg/m²
– pelo menos três anos de experiência de corrida
– mínimo de 24km de treinamento por semana em média nos últimos três anos
– ter completado, pelo menos, quatro corridas com > 20km
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Amostras foram coletadas 24 horas antes da maratona (dia 0), imediatamente após (dia 1) e 24 horas depois (dia 2). O desfecho analisado foi insuficiência renal aguda (IRA) no estágio I (aumento de 1,5 a 2 vezes ou 0,3 mg/dL no nível de creatinina sérica dentro de 48 horas do dia 0) e II (aumento de mais de 2 a 3 vezes no nível de creatinina).
Um total de 22 corredores de maratona participaram do estudo (média de idade de 44 anos; 41% de homens). Os resultados mostraram que 82% dos corredores desenvolveram um aumento no nível de creatinina equivalente a IRA nos estágios I e II; 73% tinham sinais de lesão tubular renal.
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A creatinina sérica, a albumina na urina e os níveis de biomarcadores de lesão e reparação alcançaram um pico no dia 1 e foram significativamente maiores em comparação com os dias 0 e 2. Os níveis séricos de creatina quinase continuaram a aumentar do dia 0 até ao dia 2.
Como a amostra desse estudo foi pequena, os pesquisadores indicam que os resultados devem ser validados em coortes maiores com acompanhamento mais longo.
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Referências:
- Kidney Injury and Repair Biomarkers in Marathon Runners. Mansour, Sherry G. et al. American Journal of Kidney Diseases (https://dx.doi.org/10.1053/j.ajkd.2017.01.045)
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