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Nefrologia11 setembro 2025

Abertura do CPN 2025 destaca impactos das mudanças climáticas na saúde dos rins

Edição de 2025 do Congresso Paulista de Nefrologia acontece na cidade de Campinas, São Paulo, até o dia 13 de setembro.
Por Ester Ribeiro

Estar em um congresso é mais que atualização científica. É refresh, é animação, é networking. O 23º Congresso Paulista de Nefrologia (CPN), aberto nesta semana, mostrou isso já em sua cerimônia inaugural: ciência, história e emoção caminharam lado a lado. 

A abertura começou com uma retrospectiva da nefrologia no estado de São Paulo desde os anos 1940, lembrando os primeiros testes experimentais em coelhos e a evolução que levou aos tratamentos atuais. O discurso foi marcado por emoção e um saudosismo saudável, destacando as contribuições dos pioneiros que pavimentaram o caminho até hoje. 

Importância do avanço científico no estudo do impacto das mudanças climáticas na saúde dos rins 

Dra Maria Eugênia abriu os trabalhos agradecendo à comissão científica e apresentou o tema central deste ano: As mudanças climáticas e seus impactos na saúde dos rins. Ela destacou que o congresso será encerrado por um climatologista, convidando à reflexão sobre o papel do nefrologista diante desse cenário. 

Dr José Moura Neto, presidente da SBN, ressaltou a força do congresso paulista como inspiração para outras regionais, lembrando que o CPN é hoje o maior congresso de nefrologia da América Latina. Também anunciou a realização de grandes congressos regionais em 2025. 

Dra Maria Almerinda, representando a Sociedade Paulista de Nefrologia, destacou que o evento é um espaço de atualização científica, discussão sobre mercado de trabalho e fortalecimento de parcerias. Encerrou desejando que “novas paixões pela especialidade possam surgir desse evento”. 

O enfermeiro Ricardo, representando a SOBEN (Sociedade Brasileira de Enfermagem em Nefrologia), celebrou a união entre os eventos médicos e de enfermagem. Ressaltou o crescimento da especialização em enfermagem nefrológica e agradeceu aos participantes, sublinhando o propósito maior de construir algo firme e sólido em conhecimento e networking. 

 

Homenagem e memória 

A noite também foi marcada pela homenagem ao professor Horácio José Ramalho, presidente de honra do congresso. Professor de nefrologia da FAMERP e figura de destaque em diversos cargos, ele recebeu uma placa de reconhecimento pelos 40 anos de história desde o primeiro Encontro Nefrológico do Interior Paulista em 1985, em São José do Rio Preto. 

Em sua fala, o professor resgatou marcos importantes: 

* 1968: atuação do Dr. Bezas. 

* 1972: primeira hemodiálise em São José do Rio Preto. 

* 1977: primeiro transplante renal bem-sucedido, noticiado em toda a imprensa. 

* 1981: criação da residência médica em nefrologia na FAMERP, reconhecida pela SBN. 

Obstáculos enfrentados

Ele lembrou o contexto histórico da década de 1980: a redemocratização do país, a hiperinflação, a inexistência do SUS (criado apenas em 1990), a falta de remuneração para transplantes e a luta política e científica por melhores condições de tratamento. 

Destacou ainda nomes como Dr. Kreis e Dra. Vanda Jorgetti (até hoje ativa nas pesquisas em osso e uremia), além do início da diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) no Brasil. 

Segundo ele, não era apenas ciência, mas também política: “era um clamor pela causa, pelos tratamentos e pelos pacientes”. Mostrou documentos antigos que registram essas batalhas, como reportagens na Folha de S.Paulo e na Revista Veja. 

Encerrando sua fala, o professor projetou imagens da mesma árvore em diferentes estações do ano, lembrando que a natureza ensina que a transformação é possível. Assim como os transplantes, que renovam a esperança. Com emoção, concluiu: 

 “Celebrar 40 anos do Encontro Nefrológico do Interior Paulista e do Congresso Paulista de Nefrologia é reconhecer a dedicação de todos que construíram essa história — pioneiros, mestres e novas gerações. Mais do que relembrar o passado, este marco nos inspira a seguir unidos, promovendo ciência, inovação e cuidado em nefrologia, para que os próximos 40 anos sejam ainda mais transformadores. Muito obrigado.”

Colegas nefrologistas, nossa especialidade não nasceu pronta: ela foi forjada por pioneiros que sonharam alto, enfrentaram limitações técnicas, políticas e econômicas, e mesmo assim abriram caminhos que hoje percorremos. Celebrar essa história é também assumir um compromisso com o futuro. 

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