Dismorfismo eritrocitário é uma alteração relativamente comum na prática clínica e comumente associada à glomerulonefrite. Novo estudo publicado na Nephrology Dialysis Transplantation avalia a prevalência desta alteração e o uso desse achado na diferenciação de doenças renais na prática clínica.
Pacientes adultos com biópsia de rim realizada entre 2012 e 2015 e urinálise (EAS ou urina tipo 1) concomitante foram analisados retrospectivamente em busca de associação entre a presença de glomerulopatia na biópsia e ≥ 25% de hemácias dismórficas no exame de urina.
Dos 482 pacientes elegíveis para o estudo, 173 (35,9%) apresentavam < 25% de hemácias dismórficas e 76 (15,8%) apresentavam ≥ 25% de hemácias dismórficas. A biópsia renal revelou presença de doença glomerular em 372 casos (77,2%), sendo diagnosticado glomerulonefrite em 46% destes.
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Relacionando as informações, constatou-se que a presença de ≥ 25% de hemácias dismórficas apresenta uma sensibilidade de 20,4% e especificidade de 96,3%, com valor preditivo positivo de 94,6%. A presença de hemácias na urina (sem análise do dismorfismo) também se correlacionou bem com a presença de glomerulonefrite, assim como a presença de proteinuria associada.
As glomerulopatias que foram associadas à presença de dismorfismo foram: glomerulonefrite pauci-imune, nefropatia por IgA, nefropatia membranas e nefrite lúdica.
O estudo permitiu concluir que a presença de ≥ 25% de hemácias dismórficas é uma alteração específica porém pouco sensível para glomerulonefrite, cuja presença, portanto, é forte preditora de glomerulonefrite.
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