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Medicina de Família22 maio 2020

Terapia de reposição com lactobacilos pode prevenir a disbiose vaginal recorrente?

Os quadros de disbiose vaginal acometem uma grande quantidade de mulheres (15 a 50% mulheres em idade reprodutiva). Sua recorrência também é importante.

Os quadros de vaginose bacteriana acometem uma grande quantidade de mulheres (15 a 50% mulheres em idade reprodutiva). Sua recorrência também é importante (até 75% podem apresentar recorrência nos 3 primeiros meses após tratamento).

Além do desconforto representado pelo odor e presença da leucorreia e comprometimento da prática sexual, há os gastos com medicamentos. As infecções por Gardnerella também elevam o risco de ISTs como HIV, partos prematuros, e ainda podem deixar sequelas no trato genital feminino. Incidência e recorrência elevadas tornam necessárias medidas ou medicamentos para prevenir a recorrência.

lactobacillus para disbiose vaginal recorrente

Disbiose vaginal recorrente

Em um estudo duplo cego, randomizado, controlado por placebo, publicado no último dia 14, no NEJM, 228 mulheres de 18 a 45 anos de idade foram selecionadas e randomizadas na proporção de 2:1 em dois grupos. No primeiro grupo (152 pacientes) elas receberam um preparado com Lactobacillus crispatus CTV-05 (Lactin V) na tentativa de prevenir as recorrências, após tratamento de vaginose bacteriana com metronidazol gel vaginal. O grupo 2 (formado por 76 pacientes) recebeu placebo para servir de grupo controle após o tratamento com metronidazol gel vaginal também.

As pacientes foram avaliadas com swabs vaginais e clinicamente nas semanas 4, 8, 12 e 24 após administração de Lactin V ou placebo.

O trabalho demonstrou que o preparado com lactobacillus foi eficiente em prevenir recorrências após as 12 semanas (RR de 0,73). Observou ainda que mesmo após 12 semanas de aplicação ainda notou-se presença do lactobacillus em 80% das pacientes. Após 24 semanas do uso ainda conseguiu-se obter a presença de lactobacillus em quase 50% das pacientes.

As pesquisas anteriores utilizando metronidazol e probióticos tinham um número pequeno de pacientes em relação a esse trial bem consistente.

Mais do autor: Proposta FIGO para atendimento de gestantes durante a pandemia da Covid-19

Conclusão

A literatura é bastante rica em sugestões para prevenir vaginoses recorrentes, tais como o uso de metronidazol associado a miconazol, metronidazol associado a ácido bórico e agora com probióticos. A manutenção de um bioma vaginal saudável é o grande objetivo para deixar a mulher livre o mais rápido possível da vaginose bacteriana e, o mais importante ainda, prevenir recorrências tão frequentes e desagradáveis em seu dia a dia.

Para mais informações sobre condutas das vaginoses bacterianas, você pode baixar o Whitebook!

 

Referências bibliográficas:

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