A mulher com leiomiomatose uterina que apresenta ciclos hipermenorrágicos refratários ao tratamento clínico e ainda deseja preservar a fertilidade tem duas opções: a miomectomia ou a embolização da artéria uterina. Qual das duas opções apresenta melhores resultados em relação a menorragia e posterior gravidez?
Em dezembro de 2022, foi publicado um artigo, no International Journal of Gynecology and Obstetrics, com o objetivo de responder essa questão. Os pesquisadores realizaram um estudo controlado randomizado multicêntrico, com 254 mulheres e os dados coletados foram sobre qualidade de vida específica para miomas, perda de sangue menstrual e gravidez.
Leiomiomatose e preservação da fertilidade
Durante os quatro anos de acompanhamento após o procedimento, as pacientes que realizaram miomectomia perceberam uma melhor qualidade de vida do que as submetidas a embolização da artéria uterina. Não houve diferença nos escores de sangramento, taxas de amenorreia ou sangramento intenso. Daquelas que ainda estavam menstruando, a maioria relatou períodos regulares ou razoavelmente regulares: 36 de 48 (75%) no grupo da embolização das artérias uterinas e 30 de 39 (77%) no grupo de miomectomia.
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Doze mulheres após a embolização das artérias uterinas e seis mulheres após a miomectomia engravidaram (dentro dos quatro anos de seguimento) com sete e cinco nascidos vivos, respectivamente. Não houve diferença entre os níveis de hormônios associados à reserva uterina em cada grupo.
Conclusões
Os leiomiomas são comuns em mulheres em idade reprodutiva, causando menstruações intensas e subfertilidade. Apesar das mulheres submetidas à miomectomia referirem melhor qualidade de vida, não houve diferença em relação a padrão de sangramento, gravidez e dosagens hormonais quando comparadas com o grupo submetido a embolização da artéria uterina. Sendo assim, cada paciente deve ser avaliada individualmente para cada técnica proposta, pois, até o momento, nenhuma se mostra superior a outra.
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