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Ginecologia e Obstetrícia19 outubro 2021

Cinco dicas para falar sobre fertilidade com seus pacientes

De acordo com um estudo realizado em Nova Jersey, nos EUA, apenas 25% das mulheres falam com seus médicos sobre fertilidade. Saiba mais.

A idade é o maior fator de risco para a infertilidade, porém muitas mulheres ainda têm noções equivocadas sobre o impacto do envelhecimento na fertilidade feminina. De acordo com um estudo realizado em Nova Jersey, nos EUA, apenas 25% das mulheres falam com seus médicos sobre o tema e, por ainda não ser rotina na maioria das residências médicas de ginecologia e obstetrícia, o colega pode ter dificuldades em abordar o tema de maneira correta com suas pacientes. Então, como os profissionais de saúde podem incorporar essa discussão nas consultas sem receio de falhar? Veja cinco dicas:

fertilidade

Comece a conversa sobre fertilidade o mais cedo possível

A maioria das mulheres na faixa dos 30 acredita que ainda tem muito tempo para ter filhos. Isso pode ser verdade, mas é importante que o médico inicie essa conversa cedo, enquanto o tempo ainda está a favor. Antes dos 30 anos as pacientes devem ser orientadas a respeito da fertilidade e pesquisa de reserva ovariana. Ainda não temos estudos que comprovem, mas nos últimos anos temos observado uma crescente incidência de mulheres com falência ovariana precoce, e também, de mulheres com menos de 30 anos com baixa reserva ovariana. Isso nos faz pensar o quanto de cuidado temos que ter ao orientar sobre fertilidade às mulheres jovens, pois esse é o momento ideal de agir caso exista uma baixa reserva ovariana.

Faça perguntas objetivas

Sempre com empatia e respeito, mas nem por isso não podem ser perguntas simples e diretas, como: “Você pensa em ter uma família no futuro?” ou “Ter filhos está nos seus planos?”. Aproveite a oportunidade para construir a confiança com a paciente, além de fornecer as informações relevantes sobre fertilidade. Não esqueça que algumas famílias não querem ter filhos, e está tudo bem, devemos respeitar. Nossa cultura, religião e julgamentos nunca devem atrapalhar nossa relação com o paciente, e muito menos, nossa prática médica.

Ouça as preocupações

Sua paciente está preocupada pois usou anticoncepcional por muito tempo ou usa DIU? Ouça com respeito e empatia, faça uma análise, oriente e peça exames, se necessário. Lembrando que algumas condições podem afetar a fertilidade: história de cirurgia abdominal, infecções pélvicas, endometriose, leiomiomatose, pólipos endometriais, alterações do ciclo menstrual e hábitos de vida prejudiciais à saúde.

Fale sobre o estilo de vida da paciente

Uma das causas mais comuns de infertilidade é o tabagismo. Mas não menos importante é conversar sobre o etilismo social, hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e estresse. Converse com sua paciente sobre as mudanças no estilo de vida que ela pode fazer para melhorar sua fertilidade.

Esclareça os mitos do congelamento de óvulos

Em geral, a fertilidade feminina diminui gradualmente a partir dos 32 anos de idade e decai mais rapidamente aos 37 anos. Por volta dos 40, a maioria das mulheres não consegue sustentar uma gravidez bem sucedida. Essas mulheres, assim como as com fatores de risco, que estão tentando engravidar, precisam saber que é melhor procurar ajuda cedo. E quando falamos cedo é antes dos 30 anos de idade! Precisamos saber sua reserva ovariana para podermos orientar adequadamente e individualmente cada paciente.

Leia também: Adenomiose e infertilidade

Não esqueça de sempre compartilhar informações realistas sobre os tratamentos de fertilidade e preservação. Congelamento de ovos é, provavelmente, a opção mais discutida para proteger a fertilidade feminina, mas o procedimento não garante a concepção no futuro. Um estudo de 2015 do Journal of the American Medical Association revelou que as taxas de nascidos vivos por fertilização in-vitro era de 47,1% para os óvulos congelados. As mulheres não podem presumir que o congelamento de óvulos irá garantir uma eventual maternidade e isso deve ser claro para a paciente, além de anotado em prontuário médico.

Referências bibliográficas:

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