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Medicina de Emergência18 janeiro 2020

Whitebook: como fazer o diagnóstico diferencial da intoxicação por dietilenoglicol?

Em nossa publicação de conteúdos compartilhados do Whitebook, vamos falar sobre o diagnóstico e diagnóstico diferencial da intoxicação por dietilenoglicol.

Por Clara Barreto

Desde o final de dezembro de 2019, os casos de síndrome nefroneural, suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol, em Minas Gerais, são o assunto mais falado. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos falar sobre o diagnóstico e diagnóstico diferencial da intoxicação, conteúdo que já foi atualizado no aplicativo!

Veja as melhores condutas médicas no Whitebook Clinical Decision!

Este conteúdo deve ser utilizado com cautela, e serve como base de consulta. Este conteúdo é destinado a profissionais de saúde. Pessoas que não estejam neste grupo não devem utilizar este conteúdo.

médicos anotando sobre intoxicação por dietilenoglicol

Diagnóstico

Clínico:

  • A menos que haja relato preciso da ingestão de dietilenoglicol, o diagnóstico clínico será baseado na evolução das manifestações clínicas associado à uma fonte suspeita de exposição, principalmente nos casos suspeitos de intoxicação coletiva;
  • Insuficiência renal aguda + paralisia do VII par craniano (facial) e/ou paralisia flácida ascendente + níveis elevados de proteína do líquido cefalorraquidiano com celularidade normal: sugestivo de intoxicação por DEG.

Exames complementares:

  • Análise toxicológica: as análises de DEG no sangue total, soro, plasma e urina estão disponíveis comercialmente em laboratórios especializados em análise toxicológica, no entanto não estão disponíveis na maioria dos laboratórios hospitalares;
  • Exames de rotina:
    • Hemograma completo;
    • Gasometria arterial;
    • Lactato;
    • Perfil eletrolítico;
    • Ureia, creatinina;
    • Transaminases;
    • Amilase, lipase;
    • Análise do liquor: caracterizado por aumento de proteína liquórica com celularidade normal (alteração frequentemente observada em polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória e outras formas da síndrome de Guillain-Barré);
    • Tomografia computacional do crânio;
    • Eletroneuromiografia.

Diagnóstico Diferencial

Na fase inicial e na suspeita de intoxicação aguda, deverá ser feito diagnóstico diferencial com intoxicação por metanol, etilenoglicol, conforme tabela abaixo.
Diagnóstico Diferencial das Intoxicações por Metanol, Etilenoglicol e Dietilenoglicol
Manifestações clínicasIntoxicação por MetanolIntoxicação por EtilenoglicolIntoxicação por Dietilenoglicol
Insuficiência renal aguda+/-++
Acidose metabólica+++
Osmolar gapNormal ou aumentadaNormal ou aumentadaNormal ou aumentada
Sinais
neurológicos*
++ +
Paralisia do nervo craniano (VII)RaroFrequente
Distúrbios visuais++
Presença de oxalato de cálcio na urina+
Hepatite leve+

*O coma está presente nas intoxicações graves por metanol e etilenoglicol; encefalopatia e neuropatia periférica são mais frequentes em intoxicações por dietilenoglicol.

Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia-a-dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica. Para saber mais, recomendamos a leitura dos termos de uso dos nossos produtos.

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