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Medicina de Emergência5 fevereiro 2019

Saiba por que ceftriaxona pode causar litíase biliar

Apesar de poucos artigos sobre o tema no Brasil, a relação entre litíase biliar ceftriaxona e já foi estabelecida na primeira vez em 1986.

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Apesar de poucos artigos sobre o tema no Brasil, a relação entre litíase biliar ceftriaxona e já foi estabelecida na primeira vez em 1986, por Schaad, em que descreveu a presença de precipitados biliares em 43% dos pacientes, com quatro a 22 dias após o início da ceftriaxona. Outras pesquisas e relatos de casos não só corroboraram essa relação, mas também observaram que os cálculos biliares desaparecem em até 60 dias depois da utilização. Nesse sentido, o conhecimento dessa relação pode não somente evitar intervenções cirúrgicas desnecessárias, como ainda ajudar o médico generalista a melhor indicá-las.

A ceftriaxona é um antibiótico, amplamente usado em ambientes hospitalares pelas suas vantagens, como a baixa quantidade de efeitos colaterais e o elevado sucesso nos tratamentos, principalmente, na faixa etária pediátrica. Quanto ao mecanismo de formação desse cálculo tem-se que ele ocorre na eliminação da droga, sendo 40% pela via biliar com altas concentrações na bile.

Leia mais: Litíase biliar de alto risco

Nesse ambiente há aglutinação de um sal cálcico que precipita e apresenta uma dissociação após o uso da droga. Por isso, é chamado também de pseudocolelitíase. Outros fatores que contribuem para a colelitíase por ceftriaxona são o jejum prolongado com a redução a atividade gastrointestinal, história familiar de litíase e infusão rápida da droga.

Quanto ao tratamento ainda não existe um consenso. Em resumo, deve-se atentar que essa associação existe de fato para melhor indicação cirúrgica. Afinal, sabe-se que o cálculo pode desaparecer em torno de 60 dias após termino do uso da droga. Torna-se, portanto, mandatário além de uma avaliação clínica detalhada, o controle ultrassonográfico antes e depois da utilização da ceftriaxona evitando, sobretudo, iatrogenias.

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Referências:

  • Rebello CM, Rossi FS, Troster EJ, Ramos JLA, Leone CR. Calculose biliar associada com o uso de ceftriaxone em recém-nascidos. Relato de dois casos. Jornal de Pediatria, 1994, 21-7557/70-02/113.
  • Costa DL, Barbosa MDO e Barbosa MTO. Colelitíase associada ao uso de ceftriaxona. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 38(6):521-523, nov-dez, 2005
  • Schaad UB, Tschappeler H, Lentze MJ. Transient formation of precipitations in the gallbladder associated with ceftriaxone therapy. Pediatr Infec Dis, 1986;5:708-710.
  • Choi YY, Jung YH, Choi SM, Lee CS, Kim D, Hur KY. Gallbladder pseudolithiasis caused by ceftriaxone in young adult. J Korean Surg Soc 2011;81:423-426.
  • Nayak A e Slivka A. Ceftriaxone-Induced Gallstones: Case Report and Literature Review. ACG Case Reports Journal, Volume 1, Issue 3, April 2014.
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