Os escores de estimativa de rico para pacientes com suspeita de embolia pulmonar geralmente não são usados corretamente, levando ao uso excessivo de angioTC. Um novo modelo, YEARS, foi desenvolvido para ser rápido e compatível com a prática clínica em todas as faixas etárias.
Para validar o novo escore, pesquisadores realizaram um estudo prospectivo, multicêntrico, de coorte, em 12 hospitais na Holanda, com pacientes com suspeita de embolia pulmonar, entre 2013 e 2015. Os resultados foram publicados no The Lancet.
Os pacientes foram avaliados com o modelo de decisão clínica YEARS, que consiste de três fatores (sinais clínicos de trombose venosa profunda, hemoptise e se a embolia pulmonar é o diagnóstico mais provável) e as concentrações d-dímero.
Veja também: ‘Mudanças no tratamento de TEP e TVP’
Em pacientes sem fatores de YEARS e d-dímero inferior a 1000 ng/mL, ou em pacientes com um ou mais itens YEARS e d-dímero inferior a 500 ng/mL, a embolia pulmonar foi excluída. Todos os outros pacientes fizeram a angioTC.
O desfecho primário foi o número de eventos de tromboembolismo venoso durante 3 meses de follow-up após exclusão da embolia pulmonar; e o desfecho secundário foi a quantidade de angioTC requerida em comparação com o escore de Wells.
No total, foram avaliados 3.465 pacientes, dos quais 456 (13%) foram diagnosticados com embolia pulmonar no baseline. Dos 2.946 pacientes (85%) em que a embolia pulmonar foi descartada e não tratada, 18 foram diagnosticados com tromboembolismo venoso sintomático durante o follow-up de 3 meses (0.61%, intervalo de confiança [IC] de 95% 0.36-0.96), dos quais seis tiveram embolia pulmonar fatal (0.20%, 0.07-0.44).
A angioTC não foi indicado em 1.651 (48%) pacientes com o algoritmo YEARS em comparação com 1.174 (34%) pacientes, se o escore de Wells e o limite d-dímero fixo inferior a 500 ng/mL tivessem sido aplicados, uma diferença de 14 % (IC de 95% 12-16).
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O Dr. Ronaldo Gismondi, Doutor em Medicina e professor de Clínica Médica da UFF, fala sobre o novo modelo:
Nos principais livros de medicina de urgência e emergência, o cenário de um paciente com suspeita de embolia pulmonar (TEP) indica o uso de escores de estimativa de risco, sendo o escore de Wells o principal deles:
Um grupo de pesquisadores propôs então um novo modelo utilizando os três fatores do escore de Wells com maior poder de predição de TEP: sinais de TVP, hemoptise e se TEP é o diagnóstico mais provável. A seguir, o d-dímero deve ser dosado em todos pacientes. Se menor que 1000 ng/ml, exclui TEP sem necessidade de angioTC. No estudo de validação, o novo modelo reduziu em 48% a necessidade de TC!
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Referências:
- Simplified diagnostic management of suspected pulmonary embolism (the YEARS study): a prospective, multicentre, cohort study van der Hulle, TomFogteloo, Jaap A et al. DOI: https://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(17)30885-1
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