Whitebook: infecção pelo vírus Ebola
Estudos recentes avaliaram a eficácia de quatro medicamentos contra o Ebola. Por isso, a publicação semanal do Whitebook vai tratar dessa doença.
Essa semana no Portal da PEBMED, publicamos um artigo de revisão sobre novos medicamentos para o tratamento do Ebola. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, separamos mais informações sobre a Infecção pelo Vírus Ebola.
Veja as melhores condutas médicas no Whitebook Clinical Decision!
Anamnese e Exame Físico
Quadro clínico: Nos quadros de exposição primária, o paciente geralmente relata viagem, moradia ou trabalho em área endêmica para o vírus Ebola, dentro de 21 dias prévios. Na exposição secundária, o paciente relata contato com humanos ou primatas sintomáticos. O período de incubação é tipicamente de 3 a 8 dias em casos primários ou superior em casos secundários.
Os sinais e sintomas precoces incluem:
- Febre;
- Faringite;
- Rash maculopapular;
- Injeção conjuntival bilateral.
Os sintomas tardios podem incluir:
- Fácies apática;
- Sangramento por punção venosa ou membranas mucosas;
- Miocardite e edema pulmonar;
- Taquipneia, hipotensão, anúria e coma em pacientes terminais.
Sobreviventes da infecção por Ebola podem apresentar as seguintes manifestações:
- Mialgias;
- Atralgias assimétricas e migratórias;
- Cefaleia;
- Fadiga;
- Bulimia;
- Amenorreia;
- Perda auditiva;
- Zumbido;
- Orquite unilateral;
- Parotidite supurativa.
Outros sintomas possíveis incluem dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia. As complicações possíveis consistem em dor ocular, fotofobia, lacrimejamento aumentado e/ou perda da acuidade visual, decorrente de uveíte. A suspeita é de notificação compulsória.
Fatores de risco: Exposição em áreas endêmicas ou a pacientes ou animais infectados.
Abordagem Diagnóstica
- O diagnóstico deve incluir com exames de rotina:Hemograma completo, hepatograma, ureia e creatinina, gasometria arterial;
- Isolamento viral por cultura de tecidos e/ou reação de polimerização em cadeia com transcrição reversa (RT-PCR);
- Sorologia por ELISA;
- Imuno-histoquímica de tecidos post mortem e microscopia eletrônica.
Pode-se observar na fase precoce quadros como trombocitopenia, leucopenia com linfopenia importante, assim como neutrofilia e alteração de enzimas hepáticas. Devido ao tipo de transmissão, o diagnóstico deve ser realizado em laboratórios com nível 4 de biossegurança.
Diagnóstico Diferencial
- Malária;
- Febre tifoide;
- Abdome agudo;
- Febre hemorrágica da Crimeia-Congo;
- Febre hemorrágica de Marburg;
- Outras febres hemorrágicas.
Acompanhamento
Indicações de internação: Todos os casos suspeitos de febre hemorrágica devem ser internados em isolamento específico com nível 4 de biossegurança.
Indicações de alta: Estabilidade clínica, hemodinâmica, laboratorial e sem evidências de possível transmissibilidade.
Abordagem Terapêutica
A terapia é de suporte com atenção especial ao volume intravascular, eletrólitos, nutrição, reposição de fatores de coagulação, heparinização e conforto ao paciente. Não há terapia específica para tratamento ou profilaxia da infecção pelo vírus.
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