Diversos países, incluindo o Brasil, vem vivenciando um aumento sustentado no número de casos de covid-19, o que alertou as vigilâncias sanitárias internacionais. O que chama a atenção nesse recrudescimento de infecções é sua presença mesmo em locais com altas coberturas vacinais.
Por análises de sequenciamento genético, duas sublinhagens da variante Ômicron foram reconhecidas e vêm sendo implicadas como responsáveis pelas novas infecções, especialmente a sublinhagem BQ.1, que já foi identificada em pelo menos 65 países, inclusive no Brasil.
Em território brasileiro, já foram relatados casos confirmados da nova sublinhagem em quatro estados, incluindo um óbito. Vale ressaltar que essas confirmações são feitas por sequenciamento genético, realizado em laboratórios de referência, de algumas amostras como forma de vigilância. É provável, então, que também haja circulação sustentada em outros estados do país.
BQ.1: o que sabemos até agora?
A sublinhagem BQ.1 é considerada uma variação da linhagem BA.5 da Ômicron, que apresenta algumas mutações em regiões-chave da proteína S, mas que não divergem o suficiente para serem consideradas uma nova variante.
Os dados de vigilância da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que, até 9 de outubro de 2022, BQ.1 apresentava uma prevalência de 6% dos casos de covid-19 mundialmente e já tinha sido detectada em 65 países.
Especula-se que as novas mutações tenham conferido maior capacidade de escape do sistema imune, sendo responsáveis por um maior risco de reinfecções, inclusive em indivíduos vacinados. Entretanto, até o momento, não se encontram evidências de que haja aumento na gravidade da doença causada por essa sublinhagem e nem de que haja comprometimento na proteção contra formas graves conferida pela vacinação.
Sintomas
Os sintomas associados à infecção pela sublinhagem BQ.1 são semelhantes aos de outras linhagens, não diferindo dos causados pela variante Ômicron. Destacam-se sintomas gripais e de infecção de vias respiratórias superiores, como coriza e obstrução nasal, dor de garganta, febre, cefaleia e tosse.
Até o momento, não se identificou uma associação com maior prevalência de sintomas atípicos e nem de maior gravidade.
Recomendações
Com o aumento de casos e possibilidade de escape vacinal, diversas entidades científicas e sanitárias têm recomendado o retorno de medidas de precaução, como o uso de máscaras, especialmente em locais fechados e/ou em que há aglomerações.
Outras medidas, como higienização das mãos, prática de isolamento social por indivíduos infectados e imunização, também devem ser mantidas. Para o profissional de saúde, é importante estar atento para recomendação de testagem na presença de sintomas suspeitos e de vacinação, com especial atenção para os grupos considerados de risco para doenças graves.
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