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Infectologia19 julho 2025

IAS 2025: Rastreio e tratamento de câncer cervical em mulheres vivendo com HIV

A infecção pelo vírus HPV talvez seja uma das sindemias mais significativas na população de pessoas vivendo com HIV, uma vez que está associada a elevada carga de doença. 

O HPV é responsável por praticamente todos os casos de câncer cervical, que figura entre as duas principais causas de morte entre mulheres na maioria dos países de renda baixa ou média. Os sorotipos 16 e 18 são os mais frequentemente associados ao desenvolvimento de câncer cervical. 

A vacinação consiste na principal forma de prevenção primária, sendo capaz de evitar quase todas as infecções pelos sorotipos contemplados. Contudo, devido ao longo período de latência e progressão, medidas de prevenção secundária também são eficazes, com possibilidade de detecção de infecção de infecção por HPV e de lesões pré-cancerígenas. 

Mulheres vivendo com HIV apresentam maior incidência, prevalência e persistência de infecção por HPV e de lesões associadas. Mesmo na era de terapia antirretroviral de alta potência, essa população apresenta uma carga 6x maior de câncer cervical em comparação com mulheres sem infecção pelo HIV. 

Uma estratégia para alcançar o controle de câncer cervical em mulheres com infecção pelo HIV é a integração dos cuidados de rastreio e manejo de infecção por HPV com os serviços de cuidados do HIV.  

Entretanto, existem algumas outras particularidades na associação HIV/HPV, as quais foram discutidas em uma sessão do IAS 2025. 

Um estudo conduzido em Ruanda avaliando a resposta vacinal contra HPV em mulheres com e sem infecção pelo HIV mostrou que a proteção conferida pode ser menor em mulheres vivendo com HIV. Esse dado é importante porque a estratégia de vacinação contra HPV em dose única pode não ser adequada nessa população. 

Ainda em termos de prevenção primária, o controle da infecção pelo HIV apresenta benefícios no controle do HPV, uma vez que é importante para o controle tanto da prevalência quanto da persistência de HPV. 

Já em relação à prevenção secundária, uma estratégia para aumentar as possibilidades de rastreio é integrar a testagem para HPV por meio de autocoleta aos procedimentos de coleta habituais realizados como parte da rotina de cuidados fornecida pelas equipes de saúde.  

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