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Infectologia25 julho 2024

IAS 2024: anfotericina B previne meningite criptocócica na antigenemia? 

Estudo avaliou benefício de administração de anfotericina B lipossomal em dose única em PVHIV assintomáticospara prevenir o desenvolvimento de meningite criptocócica

Meningite criptocócica é uma das principais causas de morte relacionadas a AIDS em pessoas vivendo com HIV (PVHIV). A presença de um antígeno criptocócico (CrAg) sérico positivo é tido como um preditor de desenvolvimento de meningite e há recomendação atual de tratamento preemptivo com fluconazol nessas situações. 

Entretanto, apesar de tratamento preemptivo, estima-se que cerca de 25 a 30% das pessoas assintomáticas com CrAg sérico positivo desenvolvam meningite ou evoluam para óbito. Recentemente, anfotericina B lipossomal passou a ser recomendada como tratamento de primeira linha para casos de meningite estabelecida. 

No IAS 2024, foram apresentados os resultados de um estudo que procurou avaliar um possível benefício de administração de anfotericina B lipossomal em dose única em PVHIV assintomáticos com títulos baixos de CrAg em prevenir o desenvolvimento de meningite criptocócica. 

IAS 2024 anfotericina B previne meningite criptocócica na antigenemia 

Imagem de freepik

Métodos 

O estudo foi conduzido em dois centros em Uganda entre 2019 e 2022. Os participantes foram randomizados para receber uma dose de 10 mg/kg de anfotericina B lipossomal com fluconazol ou somente fluconazol por 24 semanas. Foram apresentados os resultados dos participantes que apresentavam títulos baixos (≤ 1:80) e CrAg sérico. 

Resultados 

Dos indivíduos incluídos, 168 apresentavam títulos baixos de CrAg, sendo 83 randomizados para o grupo que recebeu anfotericina e fluconazol e 85, para o grupo que recebeu somente fluconazol. Em ambos os grupos (anfotericina B lipossomal + fluconazol vs. fluconazol), a titulação de CrAg e as características clínicas dos participantes foram semelhantes. 

Durante as 24 semanas de seguimento, a proporção de eventos clínicos não diferiu entre os grupos, ocorrendo em 14,5% dos participantes no grupo da anfotericina e 10,6% dos participantes no grupo de tratamento padrão, o que representou um HR = 1,42 (IC 95% = 0,6 – 3,36; p = 0,43). Mais eventos adversos foram relatados no grupo da intervenção, porém não houve um evento adverso específico mais comum em um grupo em relação ao outro. 

Conclusão 

Em pacientes com antigenemia em baixos títulos, a administração de anfotericina B lipossomal em dose única em adição ao regime padrão de fluconazol não apresentou benefício clínico adicional em relação ao tratamento preemptivo com fluconazol em monoterapia. 

Confira todos os destaques do congresso aqui!  

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