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Infectologia2 agosto 2017

É possível tratar um CDI infectado sem retirá-lo?

Quando ocorrem infecções do Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI), recomenda-se a remoção completa do dispositivo, o que nem sempre é possível. Nesses casos, o paciente é tratado com terapia antimicrobiana crônica. Mas esse é um método eficaz? Para investigar a questão, pesquisadores da Mayo Clinic realizaram um estudo retrospectivo de 660 casos de CDI infectado, de 2005 …

Por Vanessa Thees

Quando ocorrem infecções do Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI), recomenda-se a remoção completa do dispositivo, o que nem sempre é possível. Nesses casos, o paciente é tratado com terapia antimicrobiana crônica. Mas esse é um método eficaz?

Para investigar a questão, pesquisadores da Mayo Clinic realizaram um estudo retrospectivo de 660 casos de CDI infectado, de 2005 a 2015, usando registros de saúde eletrônicos e uma base de dados institucional. Foram identificados 48 casos com prescrição de terapia antimicrobiana crônica. Os desfechos primários analisados foram recidiva da infecção e sobrevida.

Dados do estudo:

– A idade média dos participantes foi de 78 anos
– 73% eram do sexo masculino
– O índice médio de comorbidade de Charlson foi de 4
– Patógenos comuns foram Estafilococos coagulase-negativa (21%) e Staphylococcus aureus sensível à meticilina (19%)

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Quarenta pacientes (83%) mantiveram seus dispositivos por causa de comorbidades ou alto risco cirúrgico; cinco (10%) recusaram a remoção do dispositivo. Embora 44 pacientes (92%) tenham sobrevivido à internação inicial, a sobrevivência estimada em 1 ano foi de apenas 50% e a sobrevivência mediana estimada foi de 1,4 anos. No final do período de estudo de 10 anos, 34 (71%) dos pacientes morreram e oito dessas mortes foram atribuídas à infecção do CDI.

Pelos resultados, os pesquisadores concluíram que a terapia antimicrobiana crônica é uma opção razoável em pacientes que não são candidatos à remoção completa do dispositivo, para a tentativa de cura da infecção. No entanto, a mortalidade é alta e reflete altas taxas de comorbidades.

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