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A candidíase é uma infecção causada pelo fungo Candida albicans (em 90% dos casos) que se proliferam na flora vaginal após desequilíbrio desta. A doença acomete as mucosas, a boca, a vagina, a orofaringe e a pele. Os sintomas da candidíase são diversos, e variam de acordo com a região acometida.
Um caso bastante raro de transmissão de candidíase aconteceu na Inglaterra, na Central de Terapia Intensiva Neurológica da Universidade de Oxford. O local virou foco do Candida auris, outro tipo da doença, e os altos casos despertaram a atenção dos pesquisadores, que realizaram um screening nos pacientes no intuito de identificar o motivo da disseminação da infecção.
Como aconteceu o surto de candidíase?
No final do monitoramento, descobriu-se que a transmissão do Candida auris foi propiciada pela reutilização de termômetros axilares, o que demonstrou que o fungo é resistente ao ambiente e pode ser transmitido mesmo em unidades de saúde.
Após a investigação, os pesquisadores da Universidade de Oxford conseguiram identificar 70 pacientes que foram diagnosticados com a infecção entre 2015 e 2017. Destes, 66 (94%) foram admitidos na UTI neurológica da instituição de ensino antes do rastreio. Sete indivíduos desenvolveram uma forma mais invasiva de candidíase.
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O screening detectou que o uso de termômetros de axila e a exposição ao fluconazol foram os agentes agressores na disseminação da doença naquela unidade hospitalar. Após análise do tempo de internação do paciente, os sinais vitais e os resultados dos testes de laboratório, a investigação determinou fatores de previsão para a candidíase, que incluíram um risco maior neste tipo de termômetro (odds ratio multivariada, 6,80; IC 95%, [2,96-15,63]; P<0,001) e no fármaco antimicótico (odds ratio multivariada, 10.34; IC 95%, [1,64-65,18]; P=0,01).
Embora houvesse um sistema de controle de infecções na UTI neurológica da Universidade de Oxford, somente após a remoção dos termômetros axilares o surto de candidíase cessou.
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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências:
- Eyre DW et al. A Candida auris outbreak and its control in an intensive care setting. N Engl J Med 2018 Oct 4; 379:1322. (https://doi.org/10.1056/NEJMoa1714373)
- http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_diretrizes_terapeutica_atencao_integral_pessoas_infeccoes_sexualmente_transmissiveis.pdf
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