Seguindo a cobertura da 12ª Conferência IAS 2023, a apresentação de resultados de alguns trabalhos também teve destaque. Em um deles, tivemos a caracterização de mpox em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) de acordo com um estudo observacional.
Considerando que PVHIV foi um dos grupos com maior carga de doença durante o último surto de mpox, um grupo de pesquisadores mexicanos procurou avaliar as características clínicas e desfechos de pacientes com mpox com e sem infecção pelo HIV.
Métodos
Por meio de dados epidemiológicos de indivíduos testados para mpox no período de maio a novembro de 2022 no México, os autores conduziram um estudo observacional de abrangência nacional.
Resultados
Dentre os 3.291 indivíduos diagnosticados com mpox no período, 58% eram PVHIV. A infecção pelo HIV esteve associada a um risco aumentado de ter mpox grave, definido como necessidade de hospitalização ou óbito, com uma OR = 2,05 (1,86 – 2,26), e com maiores chances de rash generalizado (OR = 1,31; 1,19 – 1,44).
PVHIV tiveram maior risco de otalgia, proctite e uretrite. Outras associações encontradas incluíram febre, fadiga, mialgia, náuseas, vômitos, tosse, odinofagia, diaforese, lesões dolorosas, diarreia e linfadenopatia. Do contrário, pessoas com mpox e sem infecção pelo HIV tinham maior chance de apresentarem prurido.
Durante o período de estudo, foram registrados 11 óbitos, dos quais 4 foram considerados como decorrentes de mpox após confirmação por um comitê clínico. Todos esses 4 óbitos ocorreram em PVHIV.
Conclusão
Os autores reiteram que mais estudos são necessários para determinar o real impacto de fatores como carga viral do HIV, uso de terapia antirretroviral e contagem de linfócitos T-CD4 no curso clínico de mpox em PVHIV.
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