Um recente estudo mostrou que indivíduos com traço falciforme têm maior risco de rabdomiólise, levantando suspeitas sobre vulnerabilidade à doenças cardiovasculares.
Para investigar essa questão, pesquisadores realizaram uma análise longitudinal de 1.995 afro-americanos (56% mulheres, 18 a 30 anos) que participaram do estudo CARDIA (desenvolvimento do risco coronariano em jovens adultos).
Em geral, a prevalência inicial de traços falciformes foi de 6,8% no CARDIA e, após acompanhamento de 25 anos, 46%, 18% e 40% dos pacientes desenvolveram hipertensão, diabetes e síndrome metabólica, respectivamente.
Em comparação aos sem traços falcêmicos, os participantes com traços falciformes apresentaram medidas basais semelhantes de desempenho em exercícios, incluindo a duração (535 vs. 540 seg; p = 0,62), equivalente metabólico estimado (11,6 vs. 11,7; p = 0,80), frequência cardíaca máxima (174 vs. 175 batimentos/min; p = 0,41) e a frequência cardíaca aos 2 minutos de recuperação (44 vs. 43 batimentos/min; p = 0,28).
Descubra também: ‘Ingestão de cálcio é seguro para a saúde cardiovascular? Novas diretrizes respondem’
Na análise secundária, não foram encontradas associação do traços falciformes com alterações longitudinais no desempenho, desenvolvimento de hipertensão, diabetes ou síndrome metabólica, após ajuste para sexo, idade basal, IMC, aptidão física e atividade física.
Neste estudo com jovens afro-americanos, o traço falcêmico não foi associado à redução no desempenho, sugerindo que o risco aumentado de morte súbita não está relacionado a este fator.
Referências:
- Liem RI et al. Longitudinal association among sickle cell trait, fitness, and cardiovascular disease risk factors in African Americans in CARDIA. Blood 2016 Nov 16; [e-pub]. (https://dx.doi.org/10.1182/blood-2016-07-727719)
Como você avalia este conteúdo?
Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.