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Hematologia24 julho 2024

FDA aprova terapia gênica para adultos com Hemofilia B 

O novo tratamento aprovado pela U.S. Food and Drug Administration é indicado para pacientes com hemofilia B de moderada a grave
Por Felipe Mesquita

FDA aprova terapia gênica para adultos com Hemofilia B 

Imagem de kjpargeter/freepik

Entendendo a terapia gênica e seus impactos 

Em abril de 2024, a Pfizer Inc. anunciou que a FDA aprovou o BEQVEZ™ (fidanacogene elaparvovec-dzkt) para o tratamento de adultos com hemofilia B moderada à grave. Pacientes que atualmente estejam em profilaxia com fator IX (FIX), ou que possuam histórico de hemorragias ameaçadoras à vida, ou ainda, que apresentem episódios graves e recorrentes de sangramento espontâneo e que não possuam anticorpos neutralizantes para o vírus “adeno-associado” do sorotipo Rh74var (AAVRh74var), conforme detectado por um teste aprovado pela mesma agência reguladora, são candidatos à terapêutica.  

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O padrão de tratamento para hemofilia B atualmente é a reposição endovenosa profilática de Fator IX (FIX) recombinante humano. Mesmo naqueles pacientes com hemofilia B moderada a grave que têm boa aderência à terapia regular de reposição, observamos episódios de sangramentos ameaçadores à vida e recorrentes. O BEQVEZ é uma terapia genética baseada em um carreador viral ‘adeno-associado’ (AAV), projetada para introduzir nas células transduzidas uma cópia funcional do gene do FIX que codifica uma variante da proteína de coagulação FIX de alta atividade. O tratamento é administrado em dose única, em contraposição às infusões frequentes do fator recombinante humano.  

Evidências  

A aprovação da FDA baseou-se nos resultados do estudo BENEGENE-2, um estudo de Fase 3, aberto, de braço único, que avaliou a eficácia e a segurança do BEQVEZ em participantes adultos do sexo masculino (idade de 18 a 65 anos) com hemofilia B moderada à grave (definida como atividade circulante de FIX de 2% ou menos). O principal objetivo do estudo foi avaliar a taxa de sangramento anualizada (ABR) para participantes tratados com terapia genética versus regime de profilaxia com FIXr. O estudo incluiu 45 participantes.  

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Os participantes elegíveis concluíram um mínimo de seis meses de terapia de profilaxia com FIX e receberam uma única infusão intravenosa de BEQVEZ na dose de 5 x 10^11 vg/kg de peso corporal. O BENEGENE-2 atingiu seu desfecho primário de não inferioridade na ABR de sangramentos totais pós-infusão de BEQVEZ. Uma ABR média de 2,5 foi observada entre os pacientes que receberam BEQVEZ no período de avaliação de eficácia — definido como entre a semana 12 e o período final da análise de dados para publicação (mediana de 1,8 anos de acompanhamento) — após receber a dose única em comparação com uma ABR média de 4,5 durante o período de pré-tratamento de pelo menos seis meses (mediana de 1,2 anos de acompanhamento). 

O BEQVEZ foi bem tolerado em pacientes que o receberam. A reação adversa mais comum (incidência ≥ 5%) relatada foi uma hipertransaminasemia. Nenhuma morte, eventos adversos graves relacionados ao tratamento ou associados a reações infusionais, eventos trombóticos ou o desenvolvimento de inibidores de FIX foram relatados. 

O BEQVEZ está atualmente sob revisão com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), e o tratamento recebeu recentemente aprovação regulatória no Canadá.

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